OMS classifica esta substância bastante comum como possivelmente cancerígena
Apesar da decisão, o consumo da substância em pequenas quantidades segue liberado
A Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o Comitê Especializado em Aditivos Alimentícios (JECFA), da Organização de Comida e Agricultura (FAO), decidiram enquadrar o adoçante artificial aspartame no grupo 2B de cancerígenos. O adoçante é encontrado em refrigerantes dietéticos da Coca-Cola e em gomas de mascar.
A decisão saiu após semanas de discussão e inclui o adoçante na lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”.
Isso significa que existem evidências limitadas de que o adoçante pode causar câncer. Mas a substância ainda é considerada segura se consumida na quantidade diária de 40 mg por quilo de peso corporal.
“O grupo 2B acaba sendo usado quando há evidências limitadas, mas não conclusivas, de ligação com câncer em humanos, ou dados convincentes de câncer em animais”, explicaram as entidades.
Grupo do aspartame
O IARC divide os produtos cancerígenos em quatro grupos, sendo eles:
- 1 – cancerígeno;
- 2A – provavelmente cancerígeno;
- 2B – possivelmente cancerígeno;
- 3 – sem classificação sobre o risco de câncer.
No 2B, mesmo grupo do aspartame, também está o aloe vera, extrato de ginko biloba e gasolina, por exemplo.
A lista é grande e não separa as substâncias pelo perigo de câncer, e sim pela quantidade de evidências científicas sobre cada uma.
O que é o aspartame?
Um dos adoçantes artificiais mais populares do mundo, o aspartame tem dois aminoácidos, o ácido aspártico e a fenilalanina.
A substância acaba sendo 200 vezes mais doce que o açúcar e, por isso, precisa utilizar em pequenas quantidades.
A JECFA reforça que a quantidade diária aceitável de aspartame é de 40 mg por quilo de peso corporal. Ou seja, uma pessoa com 70kg, por exemplo, teria que tomar entre nove e 13 latas de refrigerante diet para ultrapassar a quantidade prevista.
“As informações sobre o aspartame indicaram que, enquanto a segurança não é uma grande preocupação nas doses utilizadas normalmente, alguns efeitos potenciais foram descritos e precisam ser investigados por mais e melhores estudos”, comentou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança da OMS.