OMS indica por que casos de câncer devem crescer 77% até 2050
A OMS emitiu um alerta para um crescimento preocupante em casos da doença no mundo até 2050; saiba por quê
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, ramo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou um alerta preocupante na última semana.
Segundo as novas estimativas da agência, os novos casos de câncer detectados anualmente em 2050 subirão para aproximadamente 35 milhões, um aumento de 77% em relação aos 20 milhões identificados em 2022.
Detalhes das Previsões
A análise da OMS considerou dados de 185 países, incluindo o Brasil. Em 2022, apenas 10 tipos de câncer foram responsáveis por dois terços dos novos casos e aproximadamente 9 milhões de mortes relacionadas à doença.
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O câncer de pulmão liderou as estatísticas globais com 2,5 milhões de diagnósticos. No país, as três maiores incidências foram câncer de próstata, de mama feminino e o colorretal.
O risco de um brasileiro desenvolver qualquer tipo de câncer antes dos 75 anos foi estimado em 21,5%. O risco é especialmente maior entre os homens, no qual a chance chega a 24,3%.
Os números também indicam que os pacientes que foram diagnosticados com câncer nos últimos cinco anos totalizam 1.634.441, dos quais 278.835 vieram a falecer. A maioria por causas relacionadas a tumores de pulmão, câncer de mama feminino e colorretal.
O que está por trás do aumento dos casos de câncer?
De acordo com a nota emitida pela IARC, “o rápido crescimento da carga global do câncer reflete tanto o envelhecimento e o crescimento da população, como as alterações na exposição das pessoas a fatores de risco, vários dos quais estão associados ao desenvolvimento socioeconômico”.
“O tabaco, o álcool e a obesidade são fatores-chave por trás do aumento da incidência do câncer, sendo a poluição atmosférica ainda um fator-chave dos de risco ambientais”, alerta o texto.
A poluição do ar tem se tornado um fator cada vez mais importante, uma vez que estudos indicam uma maior incidência do câncer de pulmão entre não fumantes em regiões com alta concentração de poluição atmosférica.
A desigualdade nos tratamentos
Segundo a OMS, os países com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deverão registrar o maior aumento percentual de crescimento da doença, chegado a 142%. A morte por câncer nesses países pode quase dobrar até 2050.
Segundo a análise, a desigualdade nos índices de incidência e mortalidade reflete a diferença no acesso aos serviços oncológicos.
Assim, além de reforçar a necessidade de ação global na prevenção de câncer, os dados da OMS apontam para a importância de estratégias de saúde pública focadas no equilíbrio das condições de acesso ao tratamento.
“O local onde alguém mora não deve determinar se ela vive. Existem ferramentas para permitir que os governos priorizem os cuidados oncológicos e para garantir que todos tenham acesso a serviços de qualidade. Esta não é apenas uma questão de recursos, mas uma questão de vontade política”, declarou Cary Adams, chefe da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC).