Ordenar notas da menor para a maior pode revelar mais do que organização

Gostar de ordem é saudável, mas quando a necessidade de alinhar notas se torna compulsiva, pode ser sinal de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)

03/09/2025 14:04

Muitas pessoas gostam de manter tudo arrumado, seja no quarto, no trabalho ou até mesmo na carteira. Colocar as notas em ordem crescente é um comportamento comum e, na maioria dos casos, não representa problema algum. Para muitos, é apenas uma questão de preferência estética ou praticidade.

O limite entre mania e transtorno

Segundo psicólogos, a diferença está na intensidade. Se a pessoa sente ansiedade intensa quando não consegue organizar as notas ou precisa repetir o gesto diversas vezes de forma incontrolável, esse comportamento pode estar ligado ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

O TOC é caracterizado por pensamentos intrusivos (obsessões) que geram sofrimento e por comportamentos repetitivos (compulsões) que a pessoa sente necessidade de executar para aliviar a ansiedade. Organizar objetos, lavar as mãos repetidamente ou conferir fechaduras diversas vezes são exemplos comuns.

Gostar de ordem é saudável, mas quando a necessidade de alinhar notas se torna compulsiva, pode ser sinal de TOC
Gostar de ordem é saudável, mas quando a necessidade de alinhar notas se torna compulsiva, pode ser sinal de TOC - IltonRogerio/istock

Quando se preocupar

Organizar as notas da menor para a maior pode ser sinal de TOC quando:

  • é feito de forma repetitiva e incontrolável;
  • causa desconforto ou angústia se não for realizado;
  • interfere na rotina ou nas relações pessoais;
  • funciona como forma de neutralizar pensamentos incômodos.

TOC não é perfeccionismo

De acordo com a Clínica Mayo, é importante diferenciar TOC de perfeccionismo. Gostar de ordem e limpeza não significa, necessariamente, ter um transtorno. O problema surge quando o comportamento ocupa tempo excessivo, gera sofrimento e afeta o funcionamento diário.

O TOC é mais comum do que muitos imaginam, sendo mais frequente que transtornos como esquizofrenia ou anorexia, segundo associações especializadas. O tratamento inclui terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, uso de medicamentos.