Os sintomas da demência que afeta o jornalista Maurício Kubrusly

O jornalista ficou entre os assuntos mais comentados na noite de domingo, 20, ao ser homenageado na TV Globo

Maurício Kubrusly está com demência frontotemporal (DFT)
Créditos: reprodução/Instagram/@maurícioKubruslyoficial
Maurício Kubrusly está com demência frontotemporal (DFT)

O jornalista Maurício Kubrusly, conhecido por 34 anos de trabalho na TV Globo, recebeu uma homenagem no terceiro capítulo da série especial que celebra os 50 anos do “Fantástico”.

O episódio destacou que, há alguns anos, o jornalista de 77 anos recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal (DFT). Essa mesma condição acomete o ator Bruce Willis, diagnosticado em fevereiro deste ano.

Hoje, vivendo no sul da Bahia, o ex-repórter mora com a esposa, Beatriz Goulart, e com o cachorro, Shiva. Ele apresentava o quadro “Me Leva, Brasil”, em que ele viajava o país mostrando histórias inusitadas.

“A memória se foi, mas, como ele sempre diz, permanece sua enorme paixão pela vida e pela gente brasileira”, homenageou o programa.

De acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications em 2022, a DFT é responsável por 5% a 10% dos casos de demência.

O que é a demência frontotemporal (DFT), que afeta Maurício Kubrusly?

A DFT é uma doença neurodegenerativa que causa a deterioração progressiva das funções cerebrais.

Geralmente, a condição tem maior incidência em pessoas com idades entre 45 e 65 anos, contudo, sua progressão varia entre os pacientes.

As pessoas com DFT normalmente vivem de seis a oito anos, de acordo com o Instituto Nacional do Envelhecimento dos EUA.

Sintomas da DFT

A doença afeta primariamente os lobos frontais e temporais do cérebro, áreas essenciais para o comportamento humano e o desenvolvimento da linguagem.

Logo, os sintomas relatados costumam estar associados a mudanças no comportamento e na linguagem. A doença é marcada pelo acúmulo de proteínas anormais no tecido cerebral, sendo este um dos fatores chave para seu diagnóstico.

Ela engloba um espectro de diversas doenças e sintomas, que progridem ao longo do tempo. Entre os sintomas notáveis estão:

  • Alterações na personalidade;
  • Dificuldade em regular emoções e impulsos;
  • Problemas de linguagem;
  • Problemas de memória;
  • Desinteresse pela vida;
  • Atitudes impulsivas e embaraçosos;
  • Repetição de palavras e ações.

Os pacientes também podem ter delírios e até mesmo desenvolver a sensação de perseguição. As atitudes das pessoas lidando com essa condição tendem a oscilar entre extremos: de extrema desinibição a apatia e depressão.

Para ter um diagnóstico preciso, tem que avaliar os sintomas apresentados pelo paciente e realizar exames complementares de imagem, como tomografia, ressonância magnética e PET scan, a fim de confirmar a suspeita e descartar outras possíveis causas.

A DFT tem cura?

Semelhante a outras formas de demência, a DFT não possui cura definitiva. Entretanto, é possível controlar seus sintomas por meio de uma abordagem multidisciplinar que envolve profissionais médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

Apesar de ser mais rara, a doença possui uma forte predisposição genética, sendo que entre 10% e 30% dos casos são hereditários.