Os sintomas da variante Ômicron, segundo associação médica sul-africana

Médica não vê agravamento dos sintomas nos primeiros casos identificados da variante

29/11/2021 10:18 / Atualizado em 09/12/2021 16:10

Apesar de todas as incógnitas sobre a nova variante Ômicron, do coronavírus, os sintomas até agora observados nas pessoas infectadas parecem não apresentar formas mais agravadas. Segundo a médica Angelique Coetzee, presidente da Sama (Associação Médica da África do Sul), dores musculares, cansaço e mal-estar por 1 ou 2 dias foram as queixas mais relatadas.

Angelique foi quem diagnosticou os primeiros pacientes com a variante. Em entrevista ao Fantástico, ela disse que considera precipitadas as medidas restritivas que suspenderam os voos de países africanos.

“Precisamos observar a evolução do quadro clínico dos pacientes porque, por enquanto, só estamos observando sintomas leves”, afirmou.

Sintomas clássicos da covid, como perda de olfato e tosse, não foram observados na variante Ômicron
Sintomas clássicos da covid, como perda de olfato e tosse, não foram observados na variante Ômicron - BlackJack3D/istock

Ainda segundo ela, os primeiros sete pacientes infectados pela variante que passaram por ela se queixaram de cansaço extremo, dores no corpo e de cabeça.

Eles não apresentavam tosse, nem perda de olfato, sintomas clássicos da covid-19.

A médica também disse que a Ômicron causou raras internações nos hospitais. A maioria dos pacientes está se  recuperando em casa.

Características da nova variante

A Ômicron surpreendeu os cientistas pelo número alto de mutações, o maior visto até agora. São 50 no total, com cerca de 32 só na proteína spike, parte do vírus utilizada para entrar nas células e alvo da maioria das vacinas contra a covid-19.

Justamente por conta desse número de mutações, a Ômicron foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupação.

Variante preocupa por conta do alto número de mutações
Variante preocupa por conta do alto número de mutações - LeArchitecto/istock

“A evidência preliminar sugere um risco aumentado de reinfecção com esta variante, em comparação com outras VOCs (variantes de preocupação)”, disse a OMS.

Ainda segundo a entidade, a variante foi detectada em taxas mais rápidas do que surtos anteriores de infecção, sugerindo que possa ter “uma vantagem de crescimento”.

Situação no Brasil

No Brasil, até o momento, não há nenhum caso da variante confirmado, porém as autoridades de saúde estao monitorando um homem que testou positivo para covid-19 depois de desembarcar em São Paulo vindo da África do Sul.

Ele está isolado e o caso foi encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz para sequenciamento do vírus. O resultado do exame deve sair nos próximos dias.