Paternidade representa risco oculto à saúde, segundo pesquisa

Em um estudo nos EUA, homens que eram pais apresentaram uma saúde cardíaca pior do que aqueles que nunca tiveram filho

Um estudo que analisou paternidade e saúde cardiovascular descobriu uma correlação interessante. Os pesquisadores observaram que homens que são pais, mais tarde na vida, têm uma saúde cardíaca pior em comparação com os não pais.

Embora tenha havido variações com base na idade em que os homens se tornam pais e na origem étnica dos participantes, parece que o estresse  e as responsabilidades dos pais podem tornar mais difícil a manutenção de hábitos cardíacos saudáveis.

Os pesquisadores da Northwestern University, do EUA, publicaram os resultados do estudo na revista científica AJPM Focus.

Detalhes do estudo

A equipe da pesquisa analisou dados coletados de 2.814 homens com idades entre 45 e 84 anos, que foram monitorados por até 18 anos.

A saúde cardíaca foi avaliada por meio de uma combinação de autorrelatos sobre dieta, exercícios e hábitos de fumar, bem como medições de índice de massa corporal, pressão arterial, colesterol e níveis de glicose no sangue.

Estudo relaciona paternidade a risco oculto à saúde
Créditos: ivankyryk/DepositPhotos
Estudo relaciona paternidade a risco oculto à saúde

Além de a saúde cardíaca ser normalmente pior para os pais em comparação com aqueles que nunca foram pais, era pior para os homens que se tornaram pais aos 25 anos ou menos.

Isso valeu especialmente para os homens negros e hispânicos – e este grupo também apresentava taxas de mortalidade mais elevadas.

Uma série de fatores podem estar influenciando essas estatísticas, de acordo com a equipe responsável pelo estudo.

Os pais mais jovens podem ser menos estáveis ​​financeiramente, por exemplo, e menos propensos a ter flexibilidade quando se trata de tirar férias do trabalho.

Os dados não provam causa e efeito diretos, e as diferenças de saúde entre os grupos não eram enormes – embora fossem estatisticamente significativas.

Porém, como as doenças cardíacas são a principal causa de morte entre os homens norte-americanos, os pesquisadores acreditam que essa seja uma associação que vale a pena investigar.

Quais as doenças cardíacas existentes?

As doenças cardíacas, por definição, abrangem uma ampla gama de condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos.

Inicialmente, é importante destacar que a doença cardíaca coronária é uma das mais comuns, caracterizada pelo estreitamento das artérias coronárias devido ao acúmulo de placas de gordura, o que pode levar a angina e infartos.

Além disso, a insuficiência cardíaca, que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue adequadamente, também é bastante prevalente.

Em seguida, tem a cardiomiopatia, que envolve doenças do músculo cardíaco, afetando a capacidade do coração de contrair e relaxar.

Ademais, existem as arritmias, que são distúrbios do ritmo cardíaco, podendo incluir taquicardia, bradicardia e fibrilação atrial, entre outras.

As doenças valvulares, como a estenose e a insuficiência valvar, igualmente desempenham um papel significativo, afetando as válvulas cardíacas e comprometendo o fluxo sanguíneo.

Além dessas, as doenças cardíacas congênitas, que são defeitos presentes desde o nascimento, variam amplamente em gravidade e tipo, incluindo desde pequenas anomalias até defeitos complexos que requerem intervenção cirúrgica.

A pericardite, uma inflamação do pericárdio, e a miocardite, que é a inflamação do músculo cardíaco, também são importantes.

Apesar de existirem muitas outras condições menos comuns, como a doença arterial periférica e a doença cardíaca reumática, estas são algumas das principais doenças cardíacas, todas interligadas por sua capacidade de impactar significativamente a saúde cardiovascular.