Pesquisa encontra relação inesperada entre mentol e Alzheimer
Composto orgânico parece funcionar como imunoestimulante com efeitos benéficos na função cognitiva
Pesquisadores deram um passo adiante no estudo sobre o Alzheimer. Em teste com ratos, eles descobriram que aqueles que inalaram mentol tiveram uma melhora em suas capacidades cognitivas.
Os resultados do estudo foram publicados em abril de 2023, na revista científica Frontiers in Immunology.
O que é o mentol?
O mentol é um composto orgânico obtido principalmente a partir do óleo essencial de diversas espécies de menta, especialmente da hortelã-pimenta (Mentha piperita). Ele é conhecido por suas propriedades refrescantes e aroma característico.
Devido ao seu efeito descongestionante, é frequentemente presente em medicamentos para resfriados e gripes, como inaladores, pastilhas e xaropes para a tosse. Ele ajuda a aliviar a congestão nasal e a facilitar a respiração.
Mentol age como um imunoestimulante
Os investigadores notaram que, com o uso do mentol, houve uma redução na proteína interleucina-1-beta (IL-1β), que ajuda a regular a resposta inflamatória do corpo.
Essa resposta pode oferecer proteção natural, mas que causa danos quando não é controlada adequadamente.
A equipe por trás do estudo afirma que ele mostra o potencial de determinados cheiros serem usados como terapias para o Alzheimer.
De acordo com os autores do estudo, foi possível confirmar que o mentol é um odor que estimula o sistema imunológico em modelos animais.
Mas, surpreendentemente, eles observaram que exposições curtas a esta substância preveniram o declínio cognitivo nos ratos com Alzheimer. E, o que é mais interessante, também melhoraram a capacidade cognitiva de ratos jovens saudáveis.
Como foram os testes com os camundongos?
Os pesquisadores fizeram o tratamento com mentol em camundongos com Alzheimer por um período de seis meses. Esse tempo foi suficiente para impedir a deterioração das habilidades cognitivas e de memória dos animais.
Além disso, parece que o mentol empurrou a proteína IL-1β de volta a níveis seguros no cérebro.
Quando os investigadores reduziram artificialmente o número de células T reguladoras (Treg) – que ajudam a manter o sistema imunitário sob controle – eles observaram alguns dos mesmos efeitos, abrindo um caminho possível que tratamentos futuros.
O que é o Alzheimer e como ele se manifesta?
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que, com o tempo, provoca um declínio contínuo nas funções cognitivas e na memória.
Inicialmente, a doença pode se manifestar com esquecimentos leves, como dificuldades em lembrar eventos recentes ou nomes de pessoas conhecidas. Entretanto, à medida que avança, os sintomas tornam-se mais graves e abrangentes.
Além disso, a doença de Alzheimer afeta a capacidade de uma pessoa realizar tarefas cotidianas. Por exemplo, pode haver dificuldade em planejar ou resolver problemas, como seguir uma receita familiar ou pagar contas mensais.
Com o tempo, tarefas simples, como vestir-se ou tomar banho, também se tornam desafiadoras.
Quais os primeiros sinais de Alzheimer?
De acordo com a Alzheimer’s Acossiation, os sinais de Alzheimer na fase inicial podem não ser amplamente aparentes.
No entanto, a família e os amigos próximos podem notá-los.
Esses sinais incluem esquecimento, dificuldade em encontrar palavras ou nome certo e desorientação no tempo e espaço.
Conforma a doença vai avançando, os sintomas tornam-se mais graves, aumentando a necessidade de cuidados mais intensivos.