Pesquisa identifica o que fazer para evitar a demência
Novo estudo aponta qual estilo de vida pode combater o declínio cognitivo e melhorar a saúde mental
No Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.
Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, entender as formas de proteger o cérebro e manter a cognição saudável é mais importante do que nunca.
Neste contexto, diversos estudos apontam constantemente quais fatores poderiam prevenir a doença e manter uma boa saúde física e mental.
O que fazer para evitar a demência?
Um novo estudo traz evidências de que manter hábitos saudáveis pode oferecer proteção contra o declínio cognitivo e evitar a demência, mesmo para aqueles que já apresentam sinais relacionados à demência no cérebro.
Segundo a pesquisa, conduzida por Klodian Dhana, professor assistente de geriatria e medicina paliativa no Rush Institute for Healthy Aging, em Chicago (EUA), os benefícios de manter um estilo de vida saudável se estendem também à saúde cerebral.
O estudo analisou os cérebros de 586 indivíduos em autópsias, comparando os dados com informações sobre seus estilos de vida ao longo de até 24 anos.
Os resultados, então, sugerem que um estilo de vida saudável pode mitigar o declínio cognitivo, independente da carga patológica associada à doença de Alzheimer.
Como proteger o cérebro e evitar a demência?
- Não fumar;
- Praticar atividades físicas regulares;
- Manter o consumo de álcool moderado;
- Por fim, estimular o cérebro com atividades, como leitura e jogos.
O que comer para evitar demência?
Segundo o estudo, a dieta MIND e a dieta DASH, que enfatizam o consumo de vegetais, frutas e peixes, são ideais para evitar a demência. Ao mesmo tempo, elas recomendam o consumo restrito de carne vermelha, alimentos ultraprocessados e doces.
Além disso, a recomendação é priorizar folhas verde-escuras, como a couve, legumes da família do feijão, nozes e castanhas para evitar o Alzheimer.
Resultados animadores para a saúde cerebral
A análise dos resultados mostrou que, para cada aumento na pontuação relacionada ao estilo de vida saudável, havia uma diminuição significativa nos níveis de beta-amilóide, um dos marcadores do Alzheimer, e um melhor desempenho cognitivo nos testes aplicados.
Interessantemente, os benefícios observados foram independentes da presença de distúrbios neurológicos, indicando que um estilo de vida saudável pode oferecer resiliência ao cérebro contra o declínio cognitivo.
A pesquisa representa um avanço na compreensão de como fatores de estilo de vida modificáveis podem afetar a saúde cerebral. O estudo, por fim, está publicado na revista JAMA Neurology.
Embora se trate de um estudo observacional, que não estabelece causalidade direta, os autores sugerem que adotar hábitos saudáveis pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o risco de demência e melhorar a qualidade de vida na terceira idade.