Pfizer propõe ao Brasil vacinar milhões no 1º semestre

Imunizante apresentou 95% de eficácia; acordo ainda depende da avaliação da Anvisa

18/11/2020 17:38

A farmacêutica norte-americana Pfizer, que anunciou nesta quarta-feira,18, a conclusão de seu estudo sobre sua vacina contra a covid-19, deu detalhes sobre a proposta feita ao governo brasileiro.

Segundo nota da empresa, o acordo prevê o fornecimento de doses suficientes para imunizar alguns milhões de brasileiros no primeiro semestre do ano que vem.

Este acordo só será firmado após a avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que receberá os dados sobre o estudo.

Pfizer diz que acordo proposta ao Brasil prevê vacinar milhões no primeiro semestre do ano que vem
Pfizer diz que acordo proposta ao Brasil prevê vacinar milhões no primeiro semestre do ano que vem - tupungato/istock

Na última terça-feira, 17, representantes do governo federal e da Pfizer estiveram reunidos para tratar dos detalhes, como as condições de compra, logística e armazenamento das doses. Essa última questão é um dos pontos que representa dificuldade na distribuição, já que o imunizante exige temperaturas baixíssimas.

A empresa, no entanto, diz que já traçou estratégias para contornar o problema.

“A companhia elaborou um plano logístico detalhado com ferramentas para apoiar o transporte eficaz, armazenamento e monitoramento contínuo da temperatura da potencial vacina contra a Covid-19. Para isso, foi desenvolvida uma embalagem especial (em formato de caixa) com temperatura controlada, fácil de transportar e manipular, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada (…) por até 15 dias”, informa a nota.

Por enquanto, o governo brasileiro tem acordo bilionário para a aquisição da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com o laboratório AstraZeneca. Além da compra de lotes desse imunizante, o acordo também prevê futura transferência de tecnologia para produção nacional dessa vacina pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

95% de eficácia

A BNT162b2, vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech, apresentou 95% de eficácia na análise final do estudo de fase 3. Com isso, as empresas já preparam o pedido de autorização para uso emergencial do imunizante nos Estados Unidos.

A empresas são as primeiras farmacêuticas a anunciarem dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em larga escala contra o novo coronavírus.

Ao todo, 43 mil pessoas participaram dos testes clínicos. Dessas, 162 tiveram covid-19 no grupo do placebo, aqueles que receberam apenas uma substância sem efeito, contra 8 entre aquelas que receberam as duas doses programadas da vacina.

Ainda que poucas pessoas que tomaram a vacina tiveram a covid-19, nenhuma teve a forma grave da doença.