Pfizer propõe ao Brasil vacinar milhões no 1º semestre
Imunizante apresentou 95% de eficácia; acordo ainda depende da avaliação da Anvisa
A farmacêutica norte-americana Pfizer, que anunciou nesta quarta-feira,18, a conclusão de seu estudo sobre sua vacina contra a covid-19, deu detalhes sobre a proposta feita ao governo brasileiro.
Segundo nota da empresa, o acordo prevê o fornecimento de doses suficientes para imunizar alguns milhões de brasileiros no primeiro semestre do ano que vem.
Este acordo só será firmado após a avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que receberá os dados sobre o estudo.
Na última terça-feira, 17, representantes do governo federal e da Pfizer estiveram reunidos para tratar dos detalhes, como as condições de compra, logística e armazenamento das doses. Essa última questão é um dos pontos que representa dificuldade na distribuição, já que o imunizante exige temperaturas baixíssimas.
A empresa, no entanto, diz que já traçou estratégias para contornar o problema.
“A companhia elaborou um plano logístico detalhado com ferramentas para apoiar o transporte eficaz, armazenamento e monitoramento contínuo da temperatura da potencial vacina contra a Covid-19. Para isso, foi desenvolvida uma embalagem especial (em formato de caixa) com temperatura controlada, fácil de transportar e manipular, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada (…) por até 15 dias”, informa a nota.
Por enquanto, o governo brasileiro tem acordo bilionário para a aquisição da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com o laboratório AstraZeneca. Além da compra de lotes desse imunizante, o acordo também prevê futura transferência de tecnologia para produção nacional dessa vacina pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
95% de eficácia
A BNT162b2, vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech, apresentou 95% de eficácia na análise final do estudo de fase 3. Com isso, as empresas já preparam o pedido de autorização para uso emergencial do imunizante nos Estados Unidos.
A empresas são as primeiras farmacêuticas a anunciarem dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em larga escala contra o novo coronavírus.
Ao todo, 43 mil pessoas participaram dos testes clínicos. Dessas, 162 tiveram covid-19 no grupo do placebo, aqueles que receberam apenas uma substância sem efeito, contra 8 entre aquelas que receberam as duas doses programadas da vacina.
Ainda que poucas pessoas que tomaram a vacina tiveram a covid-19, nenhuma teve a forma grave da doença.