Planta brasileira é capaz de reduzir gordura no fígado, aponta estudo

O estudo mostrou que o extrato de urucum, pode funcionar como uma alternativa a medicamentos tradicionais

Por Maíra Campos em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
09/06/2025 16:04 / Atualizado em 23/06/2025 22:25

Pesquisas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriu o potencial de uma planta tipicamente brasileira no combate à gordura no fígado.

O estudo mostrou que o extrato de urucum, planta usada na pintura corporal de indígenas e também na culinária, pode funcionar como uma alternativa a medicamentos tradicionais, com a vantagem de não ter contraindicações.

Suplemento com extrato de planta típica do Brasil foi capaz de reduzir gordura no fígado
Suplemento com extrato de planta típica do Brasil foi capaz de reduzir gordura no fígado - luismmolina/istock

Além de reduzir a gordura no fígado, o extrato das sementes também demonstrou auxiliar no controle do colesterol.

O nutracêutico desenvolvido na Unicamp é voltado para pessoas com obesidade ou sobrepeso, fatores de risco para doenças hepáticas.

O urucum é uma planta nativa da América tropical, especialmente da região amazônica
O urucum é uma planta nativa da América tropical, especialmente da região amazônica - Hyago Xavier Teixeira/istock

Como foi a descoberta?

A seleção da planta não foi aleatória. A investigação originou-se de uma exploração dos bioativos encontrados na diversidade biológica brasileira, e o urucum destacou-se devido às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias já identificadas em pesquisas anteriores.

O processo de desenvolvimento envolveu a extração do óleo da semente de urucum, rico em bioativos como tocotrienol e geranilgeraniol.

Para realizar a pesquisa, os cientistas induziram uma dieta hiperlipídica em animais obesos, simulando a condição de diabetes tipo 2, e em seguida, administraram o óleo extraído da semente de urucum. Enquanto isso, um segundo grupo de animais não recebia nenhum tratamento.

Os animais que foram tratados com o óleo de urucum apresentaram uma melhora significativa nos parâmetros hepáticos em comparação com aqueles que não receberam tratamento.

Portanto, segundo os autores, o bioativo demonstrou ser crucial para melhorar a esteatose hepática em casos de diabetes tipo 2 induzida por uma dieta hiperlipídica.

Os suplementos alimentares à base desse composto já estão disponíveis para compra em farmácias de manipulação, exigindo prescrição médica para o consumo.

Vale lembrar, no entanto, o urucum, por si só, não faz milagres. A alimentação saudável continua sendo fundamental para a redução de gordura no fígado.

Gordura no fígado

A condição, também conhecida como esteatose hepática, refere-se ao acúmulo excessivo de gorduras nesse órgão. Diversos fatores, como dieta inadequada, obesidade e consumo excessivo de álcool, podem contribuir para esse acúmulo.

A esteatose hepática pode ser reversível com mudanças no estilo de vida, incluindo dieta saudável e exercícios físicos. Em casos mais graves, pode evoluir para doenças hepáticas mais sérias.

Consultar um profissional de saúde é importante para diagnóstico e orientação adequada.