Planta brasileira pode ser eficaz contra o câncer de mama

O estudo foi apresentado pelos pesquisadores da Unifesp em um encontro na Bélgica

10/10/2018 12:37 / Atualizado em 05/05/2020 11:59

Árvore da espécie Enterolobium contortisiliquum
Árvore da espécie Enterolobium contortisiliquum - reprodução/Wikipedia

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que a proteína extraída da semente da árvore da espécie Enterolobium contortisiliquum é capaz de inibir a migração e a metástase do câncer de mama triplo-negativo. Esse tipo de câncer ainda não conta com um tratamento específico que consiga combatê-lo.

Os resultados foram apresentados por Maria Luiza Vilela Oliva, professora da Unifesp e coordenadora da pesquisa, em palestra na FAPESP Week Belgium

“Constatamos que a proteína inibe a invasão, a proliferação e a metástase de tumor de mama triplo-negativo em testes in vitro [em células] e, no caso do melanoma, tanto em modelo in vitro como in vivo [em animais]”, disse Oliva à Agência FAPESP.

A professora e coordenadora da pesquisa isolou das sementes as enzimas envolvidas em diversos processos biológicos e testou seus efeitos em alguns tipos de câncer, com a intenção de descobrir novos agente que surtissem efeito contra o câncer.

Sementes da árvore Enterolobium contortisiliquum
Sementes da árvore Enterolobium contortisiliquum - reprodução/Banco de Sementes

De acordo com o estudo, as análises dessas moléculas em diferentes modelos fisiopatológicos, como de inflamação, trombose e tumor, tanto in vivo como in vitro, indicaram que, além de antitumoral, elas apresentam propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e antitrombótica.

Os pesquisadores descobriram que a proteína também pode ser eficaz na inibição da metástase de outros tipos de tumor, como o gástrico e o de pele (melanoma).

“O tumor, a inflamação e a trombose são patologias que estão de certa forma interligadas, porque às vezes o paciente com câncer pode morrer não por causa da doença, em si, mas em decorrência de um quimioterápico que pode levar ao desenvolvimento de uma trombose”, avaliou.