Pomada de cabelo que causa queimaduras nos olhos é proibida no Rio

As lojas --tanto físicas como online-- que estiverem com estoque do produto devem suspender a venda

A Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio do Janeiro (Ivisa-Rio) proibiram a comercialização e uso da pomada de cabelo Cassu Braids, utilizada para fazer penteados, como tranças e baby hair.

A medida foi tomada após quase duzentas pessoas sofrerem queimaduras nos olhos e desenvolverem cegueira temporária.

Mais de 190 cariocas têm queimadura nos olhos causada por pomada de cabelo
Créditos: Tsikhan Kuprevich/istock
Mais de 190 cariocas têm queimadura nos olhos causada por pomada de cabelo

Os órgãos também proibiram a comercialização e uso dos produtos de outros fabricados pela empresa Microfarma Indústria e Comércio Ltda e distribuídos pelo Instituto Cassulinha Cabelos Comércio e Serviço LTDA.

As lojas que estiverem com estoque do produto devem suspender a venda. Quem desrespeitar a ordem pode sofrer multas.De acordo com a Secretaria municipal de Saúde do Rio, de 26 de dezembro a 2 de janeiro, 195 pessoas sofreram queimaduras na córnea após ter usado a pomada modeladora de cabelos. Os relatos são de dores, ardência, embaçamento e dificuldade para abrir os olhos.

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O Ivisa-Rio orienta que é importante usar apenas produtos registrados na Anvisa, respeitando as instruções e o prazo de validade. Em caso de coceiras, irritações ou alergias, a recomendação é suspender o uso do produto e procurar orientação médica.

Risco de cegueira

Recentemente, a Anvisa emitiu um alerta sobre o risco de cegueira temporária, possivelmente associada a produtos utilizados para trançar e modelar cabelos comercializados no país.

“Cegueira temporária foi um dos efeitos indesejáveis notificados à Agência”, disse a Anvisa em nota. “Uma vez que esses produtos, após aplicados, podem permanecer por horas ou dias nos cabelos, faz-se necessário um cuidado especial com os olhos, buscando sua proteção, quando os cabelos entrarem em contato com água”, destaca o documento.

Um dos casos notificados à agência, em março deste ano, levou o órgão a suspender a comercialização da pomada Ômegafix, que teria causado queimadura nas córneas de uma mulher após ela passar o produto e mergulhar na piscina.