Por que, segundo estudo, estes alimentos podem causar insônia?

Se você tem dificuldades para dormir, talvez seja hora de repensar o que está no seu prato

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
14/03/2025 16:00

Se você tem dificuldades para dormir, talvez seja hora de repensar o que está no seu prato – iStock/YinYang
Se você tem dificuldades para dormir, talvez seja hora de repensar o que está no seu prato – iStock/YinYang - iStock/YinYang

Um novo estudo, publicado no renomado Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, acende um alerta curioso: o hábito de consumir alimentos ultraprocessados pode estar sabotando suas noites de sono.

A pesquisa analisou minuciosamente dados de mais de 39 mil adultos franceses entre 2013 e 2015 e encontrou um vínculo inquietante.

Mesmo ao considerar fatores como estilo de vida, saúde mental e aspectos sociodemográficos, aqueles que incluíam mais ultraprocessados na dieta apresentavam taxas significativamente maiores de insônia.

Os cientistas destacam que não se trata apenas do que comemos, mas da forma como os alimentossão transformados antes de chegarem ao prato – e essa interferência pode ser mais profunda do que imaginamos.

O que pode estar roubando seu sono?

Embora já se saiba que determinados nutrientes influenciam o ciclo do sono, essa pesquisa inova ao avaliar os efeitos do padrão alimentar como um todo, em vez de focar apenas em componentes isolados. O estudo revelou que tanto homens quanto mulheres que consomem mais ultraprocessados sofrem mais com a insônia, embora os efeitos tenham sido ligeiramente mais expressivos entre os homens.

Os pesquisadores sugerem que indivíduos com dificuldades para dormir devem prestar atenção ao que comem. Diminuir a ingestão de ultraprocessados pode ser um caminho promissor para melhorar a qualidade do sono, mas mais estudos são necessários para comprovar essa relação de causa e efeito.

Mas afinal, o que são os ultraprocessados?

Alimentos ultraprocessados passam por uma verdadeira metamorfose industrial antes de chegarem à sua mesa. Eles contêm ingredientes artificiais, como aromatizantes, conservantes e emulsificantes, além de substâncias altamente refinadas, como açúcares, óleos e proteínas isoladas. Refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e macarrão instantâneo são apenas alguns exemplos desse grupo.

Embora sejam projetados para ter sabor irresistível e longa durabilidade, esses produtos costumam ser pobres em fibras, vitaminas e minerais, enquanto são ricos em açúcares, gorduras saturadas e sódio. Seu consumo excessivo já foi associado a diversas condições de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer.

Se você tem dificuldades para dormir, talvez seja hora de repensar o que está no seu prato. Afinal, um sono tranquilo pode começar muito antes de apagar as luzes – talvez, bem ali na sua despensa.

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