Primeira infectada com covid-19 no Rio não sente cheiro há um ano

"A comida deixou se ser um prazer", conta a advogada que teve a forma branda da doença no início da pandemia

A advogada Jeniffer Pereira Melgaço, de 29 anos, foi a primeira pessoa que testou positivo para a covid-19 no estado do Rio de Janeiro, em março do ano passado. Desde então, ela não sente cheiro, nem sabor das coisas.

Jeniffer desenvolveu a doença depois de voltar de uma viagem à Itália, que na época era o epicentro das transmissões de coronavírus.

Em entrevista à Agência O Globo, ela contou que teve a versão branda da doença e apresentou tosse, febre, coriza e cansaço extremo. Todos esses sintomas passaram, porém o olfato e paladar ainda não voltaram ao normal. “Só sinto algo meio distorcido”, disse.

A primeira contaminada com a covid-19 no Rio não sente cheiro, nem gosto há um ano
Créditos: arquivo pessoal
A primeira contaminada com a covid-19 no Rio não sente cheiro, nem gosto há um ano

Jeniffer conta que foi ao otorrino, fez tomografia e começou a tomar um remédio, mas que não fez efeito nenhum. “É horrível ficar sem sentir o cheiro e gosto, pois a comida deixou se ser um prazer. Não sinto mais o cheirinho de chuva, ou o do arroz da minha avó”, lamentou.

Perda de olfato e do paladar

A perda da capacidade de sentir cheiro e gosto é um dos principais sintomas da covid-19, tanto em casos leves quanto em críticos. Essa sequela segundo têm observado os pesquisadores, pode ser permanente.

Segundo dados preliminares de um estudo feito no ano passado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-USP), o dano pode afetar, principalmente, os pacientes que não procuram atendimento médico logo no início da doença.