Problema comum de sono aumenta o risco de demência, segundo estudo

Um novo estudo descobriu que pode haver uma ligação entre pessoas que lutam para ter uma boa noite de sono e um risco aumentado de desenvolver Alzheimer

29/01/2025 07:02

Um estudo recente revelou uma conexão preocupante entre má qualidade do sono e um risco aumentado de doença de Alzheimer e outros tipos de demência. Pesquisadores descobriram que a dificuldade em entrar na fase do sono REM está correlacionada à deterioração cognitiva.

O sono REM, conhecido por ser a parte intensa do sono e cheia de sonhos, desempenha um papel fundamental em ajudar o cérebro a processar e armazenar memórias. Segundo a pesquisa, lutar para atingir esse nível de descanso pode indicar estágios iniciais do Alzheimer.

O estudo, publicado no periódico Alzheimer’s and Dementia, revelou que atrasos no início do sono REM — que ocorre durante o quarto ciclo de 90 minutos do sono — não apenas comprometem a formação da memória, mas também podem elevar os níveis de hormônios do estresse, o cortisol. Isso acaba prejudicando o hipocampo, região do cérebro essencial para consolidar memórias.

Detalhes do estudo

O estudo, realizado por pesquisadores do Hospital da Amizade China-Japão em Pequim, analisou 128 voluntários com mais de 70 anos. Entre eles, um terço apresentava comprometimento cognitivo leve, metade tinha Alzheimer, e o restante possuía função cognitiva normal. Os participantes passaram a noite em uma clínica de sono, onde foram monitorados quanto a ondas cerebrais, movimentos oculares, respiração e frequência cardíaca.

Estudo descobriu que pode haver uma ligação entre pessoas que lutam para ter uma boa noite de sono e um risco aumentado de demência
Estudo descobriu que pode haver uma ligação entre pessoas que lutam para ter uma boa noite de sono e um risco aumentado de demência - Enes Evren/istock

Os indivíduos foram divididos em dois grupos com base no tempo necessário para atingir o sono REM. No primeiro grupo, o sono REM foi alcançado em média em 98 minutos, enquanto no segundo grupo — composto principalmente por pacientes com Alzheimer — esse estágio foi atingido após mais de três horas (198 minutos). Além disso, os participantes do segundo grupo apresentaram níveis mais altos das proteínas beta-amiloide (16%) e tau (29%), ambas associadas ao Alzheimer e a outras demências.

Esses achados reforçam a ligação entre a qualidade do sono e o risco de demência, destacando a importância de novas pesquisas sobre o impacto de medicamentos que promovam o sono REM na redução desse risco.