Dor de garganta pode ter inúmeras causas, mas também é um dos sintomas de câncer de cabeça e pescoço.

A neoplasia engloba um grupo de tumores que podem se desenvolver em diferentes áreas, como boca, garganta, nariz, seios paranasais, glândulas salivares, laringe e tireoide. Por isso, os sintomas podem variar bastante.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a neoplasia acomete principalmente homens com mais de 50 anos, mas qualquer pessoa, especialmente fumante, está sujeita a ter a doença. 

Qual o tipo mais comum de câncer de cabeça e pescoço?

De acordo com o Inca, são quase 40 mil novos casos da doença por ano no Brasil, sendo cerca de 15,1 mil de câncer de boca (cavidade oral), 7,7 mil de câncer de laringe e 16,6 mil de câncer de tireoide. 

Quais sintomas de câncer de cabeça e pescoço?

Dificuldade de deglutição, rouquidão, comprometimento do olfato e paladar, além de halitose (mau hálito persistente), tosse e falta de ar estão entre os principais sinais e sintomas deste conjunto de tumores.

Outro sinal importante a se observar é aparecimento de gânglios linfáticos no pescoço. Geralmente são indolores e não desaparecem com o tempo. 

Ainda é preciso ficar atento a aftas que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas brancas na boca, dor contínua na garganta e no ouvido, entre outros sinais. Ao sentir esses sinais e outros desconfortos nesta região, é importante procurar um médico.

Como é o diagnóstico?

De acordo com a oncologista clínica Daniella Pimenta, da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos, o índice de cura desse tipo de câncer pode chegar a 90% se tratado precocemente.

O problema é que em muitos casos, a pessoa descobre o tumor em uma fase mais avançada, quando já há metástase nos linfonodos, que são os gânglios linfáticos do pescoço. 

“O diagnóstico se dá através de biópsia, que pode ser do gânglio aumentado ou de alguma lesão/ferida na língua e/ou boca que não se cicatriza, além de exames locais como a fibronasolaringoscopia, realizado através de um aparelho com uma fibra ótica que é passado pelo nariz para fazer uma avaliação da região”.

A biópsia pode ser feita tanto por um cirurgião de cabeça e pescoço ou, em alguns casos, por um dentista, que, segundo Daniella, também tem papel fundamental na detecção das lesões.

Quais os fatores de risco?

Os cânceres de cabeça e pescoço sofrem influência de uma combinação de fatores de risco, muitos dos quais relacionados a hábitos.

Esses fatores de risco incluem fumar, consumo excessivo de álcool, má higiene dentária, exposição ao vírus HPV e dieta pobre em frutas e vegetais.

Histórico familiar de câncer de tireoide também aumenta os riscos. 

Como é o tratamento para câncer de cabeça e pescoço?

O tratamento varia de acordo com o tipo, localização, estágio do câncer, condição de saúde geral do paciente e outros fatores individuais.

As abordagens de tratamento são geralmente multidisciplinares, envolvendo uma combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, em alguns casos, terapia direcionada ou imunoterapia.