Remédio oral elimina coronavírus ativo em 3 dias, segundo pesquisa
Os testes realizados mostraram que no terceiro dia de tratamento os pacientes tiveram 0% de vírus detectado
O remédio oral contra a covid-19 molnupiravir é capaz de eliminar do corpo o coronavírus ativo, ou seja, na sua fase infecciosa, no terceiro dia do início da medicação.
A descoberta é de um estudo feito pela farmacêutica americana MSD (Merck & Co. nos Estados Unidos), que será apresentado no final de abril no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas.
Os testes realizados mostraram que no terceiro dia de tratamento os pacientes tiveram 0% de vírus detectado, contra 21,8% dos que receberam placebo.
No quinto dia, o grupo de pessoas que receberam o medicamento continuou com o vírus negativado, enquanto as demais apresentaram taxa de 2,2%. Já no décimo dia de doença, ambos os grupos tiveram 0%.
O estudo foi feito com 92 pessoas diagnosticadas com covid-19 que não precisaram de hospitalizações, mas que tinham risco de evolução para doença grave.
Molnupiravir
O medicamento da Merck funciona contra as variantes do novo coronavírus, incluindo a Delta, a mais transmissível e responsável pela maioria de casos de covid-19 em vários países.
O medicamento, que está na última fase de testes, trabalha com duas frentes: a proteção preventiva após a exposição a um agente infeccioso e o tratamento para quem já está infectado, mas que ainda não necessita de hospitalização.
Diferentemente do mecanismo das vacinas, o fármaco da Merck não mira a proteína S, que sofre algumas alterações por conta das mutações. Seu foco é agir na polimerase viral, uma enzima responsável pela replicação do coronavírus.
Funciona da seguinte forma: assim que o molnupiravir entra no organismo, ele é metabolizado e se transforma em outra substância, a N4-hidroxicitidina (NHC), uma molécula que basicamente funciona introduzindo erros no código genético do vírus.
Dessa forma, ela consegue impedir a cópia do Sars-Cov-2.