Repórter da Record torna público diagnóstico de Parkinson

Jornalista de 43 anos observa melhoras após passar por uma terapia experimental nos EUA

08/12/2021 16:29 / Atualizado em 22/12/2022 09:31

O repórter André Tal, do Domingo Espetacular, da Record TV, decidiu tornar público seu diagnóstico para Parkinson após passar por um tratamento experimental em Miami, nos Estados Unidos. O jornalista, de 43 anos, luta há quatro contra a doença degenerativa ainda sem cura.

Ele revelou que já pôde observar melhoras após passar pela terapia há cerca de duas semanas com o médico brasileiro Marc Abreu, especializado em doenças degenerativas e professor e pesquisador da Universidade de Yale, nos EUA.

Repórter André Tal fala sobre o diagnóstico de Parkinson
Repórter André Tal fala sobre o diagnóstico de Parkinson - reprodução/Instagram/andretaloficial

“Não é que a doença desapareceu, mas depois do tratamento ela ficou bem menos dramática e os sintomas são muito mais suaves, mais fáceis de administrar e tenho ficado melhor dia após dia. Minha expressão fácil mudou, minha boca que estava um pouco torta desentortou. São pequenas coisas que têm um valor enorme para mim”, disse ele em seu perfil o Instagram.

Em entrevista ao portal R7, André Tal  contou como foi voltar para casa e dividir com a família as primeiras evoluções.

“Sentir o cheiro do xampu de cabelo dos meus filhos, que era uma coisa que eu nunca tinha sentido pois perdi o olfato antes de eles nascerem, é um prazer inimaginável”, descreveu.

“Sábado joguei bola com eles e o mais velho falou: ‘Pô pai, você está driblando muito melhor’. E é verdade, porque eu já estava perdendo muito a habilidade de brincar com a bola e agora estou muito mais rápido. É gostoso ver o filho sentindo orgulho do pai”, disse.

“Sentir o cheiro do xampu de cabelo dos meus filhos é um prazer inimaginável”, descreve o jornalista
“Sentir o cheiro do xampu de cabelo dos meus filhos é um prazer inimaginável”, descreve o jornalista - reprodução/Instagram/andretaloficial

Terapia inovadora

O método terapêutico a que o jornalista foi submetido tenta não apenas diminuir a progressão da doença, como é feito em outras terapias convencionais, mas também restaurar as funções perdidas. Esse é o grande diferencial que, segundo o médico Marc Abreu, tem devolvido mais qualidade de vida aos pacientes.

O tratamento não invasivo utiliza um equipamento que se baseia na indução de proteínas de choque térmico, que são responsáveis pela eliminação dos causadores da doença.

Na sessão, o paciente utiliza uma espécie de capacete com antenas que captam o sinal cerebral para, em seguida, expor o cérebro a uma alta carga termodinâmica para a indução das proteínas de choque térmico.

A técnica é aprovada pela agência federal norte-americana Food and Drug Administration (FDA) e é vista como uma espécie de “cirurgia do futuro”, por não haver cortes, nem dor.

André Tal ainda deve passar por uma nova avaliação e, caso necessário, poderá passar por mais uma ou duas sessões no próximo ano.

“A força dos sintomas regrediu muito, é uma regeneração cerebral que eu nunca imaginei que pudesse acontecer. Até então o único prognóstico que eu tinha era de degeneração. Por mais que eu não esteja 100% livre dos sintomas, me sinto muito mais forte, está mais fácil lidar com essa situação do que estava antes”, contou.

Parkinson

O Parkinson é uma doença neurológica, causa da degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Como consequência, os movimentos da pessoas são afetados, causando tremores, lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita.

Estima-se que no mundo existam 10 milhões de pacientes diagnosticados com a doença.

A progressão é muito variável. Em geral, possui um curso vagaroso, regular e sem rápidas ou dramáticas mudanças.

Embora a doença de Parkinson não tenha cura, os medicamentos podem melhorar significativamente os seus sintomas, como também retardando o seu progresso.

A causa da doença de Parkinson é desconhecida, mas vários fatores parecem desempenhar um papel, incluindo mutações genéticas e fatores ambientais.