Anvisa cita riscos de 9 agrotóxicos proibidos
Agência alerta que, se aprovada, PL dos Agrotóxicos trará prejuízos à saúde da população "até a última instância possível"
Contrária ao projeto de lei que visa flexibilizar a Lei dos Agrotóxicos, em tramitação no Congresso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta para os riscos de nove agrotóxicos proibidos atualmente. De acordo com o G1, entre os problemas desses produtos, são citados potencial cancerígeno, hormônios desregulados, mutações e danos ao aparelho reprodutor.
O Projeto de Lei proposto determina que só devem ser proibidos agrotóxicos cuja avaliação apontem para “risco inaceitável”, porém, de acordo com a Anvisa, nove substâncias vetadas são consideradas de difícil avaliação.
São elas: Endossulfam (usado em cacau, cana de açúcar, café, etc); Cihexatina (usado em maçã, morango, pêssego, café e berinjela); Tricloform (usado em feijão, abacaxi, alface, abóbora, amendoim, etc.); Monocrotofós (usado em amendoim, batata, feijão, etc.) , Pentaclorofenol, Lindano, Metamidofós (usado em amendoim, batata, feijão, tomate, etc.); Parationa Metílica (usado em alho, arroz, batata, cebola, feijão, etc) e Procloraz (usado em tomate, cebola, cenoura, melancia, etc.).
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Com o novo projeto, estaria prevista a liberação de registros temporários de substâncias, mesmo sem a conclusão da análise pelos órgãos reguladores. A preocupação da Anvisa é que com a flexibilização da lei, esse produtos proibidos passem a ser amplamente utilizados.
Para a Anvisa, o PL não contribui com a melhoria, disponibilidade de alimentos mais seguros ou novas tecnologias para o agricultor e nem mesmo com o fortalecimento do sistema regulatório de agrotóxicos.
“A Anvisa vai continuar mantendo sua posição de mostrar os prejuízos e riscos que esse PL, caso aprovado, trará para a saúde da população, até a última instância possível”, afirma o diretor-presidente da agência, Jarbas Barbosa.
“Pacote do Veneno”
O texto do Projeto de Lei 6299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, foi aprovado na segunda-feira, 25, pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O projeto ainda passará pelo crivo do Plenário da Câmara, e, caso aprovado, retornará aos senadores, que vão avaliar o substitutivo dos deputados. Só então pode ir para a sanção presidencial.
Como higienizar alimentos com excesso de agrotóxico:
Lavar bem as frutas e verduras não é suficiente para eliminar os agrotóxicos, mas ajuda a remover, em parte, os resíduos dessas substâncias. Abaixo, o biólogo do Conselho Regional de Biologia (CRBio-01) Giuseppe Puorto dá algumas dicas de como garantir uma boa higienização dos alimentos:
- No caso de vegetais como alface, escarola e agrião, por exemplo, lave folha por folha, criteriosamente;
- Para vegetais como pimentão, abobrinha e maçã, por exemplo, lave a casca preferencialmente com a ajuda de uma bucha usada apenas para esse fim;
- Coloque os alimentos de molho em água clorada (tem um produto à base de hipoclorito de sódio, à venda em supermercados), por até 30 minutos; Após esse tempo, volte a lavar os alimentos em água corrente para eliminar resíduos flutuantes;
- Se não for consumi-los imediatamente, seque os alimentos, coloque em sacos plásticos apropriados e os guarde na geladeira.