Sem ânimo e entediado? Você pode estar sofrendo de distimia

A distimia é um tipo de depressão crônica, de moderada intensidade, em que o mau humor costuma estar presente

Por Silvia Melo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica Generalista - CRMGO 33271)
10/09/2024 07:01

Se você sente desânimo, um sentimento de tristeza ou vazio constante, mau-humor e baixa autoestima na maior parte do tempo, esses podem ser sinais de distimia. Muitas pessoas com a condição tendem a ignorá-la porque encontraram uma maneira de conviver com ela. No entanto, para outras pessoas, a distimia pode ser incapacitante.

O que é distimia?

O termo vem de uma palavra grega que significa “mau estado de espírito” ou “mau humor”.

A Universidade John Hopkins Medicine descreveu-a como “uma forma leve, mas duradoura de depressão”; também é conhecida como transtorno depressivo persistente.

Tédio, desânimo e mau humor podem sinalizar distimia
Tédio, desânimo e mau humor podem sinalizar distimia - to:skynesher/istock

Só porque é considerado “leve” ou “de baixo grau” não significa que seja menos sério que a depressão maior. Em alguns casos, ela pode ser até mais incapacitante.

Os sintomas de cada pessoa são diferentes, mas um sintoma comum é se sentir meio desmotivado e sem ânimo por um longo período de tempo.

Para se qualificar para um diagnóstico oficial, a Johns Hopkins Medicine diz que você precisa ter tido um humor depressivo por pelo menos dois anos, juntamente com pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Humor triste, ansioso ou “vazio” duradouro;
  • Menor capacidade de concentração, pensamento ou tomada de decisões;
  • Menos energia;
  • Fadiga;
  • Mau humor;
  • Sentindo-se sem esperança;
  • Alterações de peso ou apetite devido a comer muito ou pouco;
  • Alterações nos padrões de sono, como sono agitado, incapacidade de dormir, acordar cedo ou dormir muito mais do que o normal;
  • Baixa autoestima.

Quais as causas da distimia?

As causas exatas da distimia não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que fatores genéticos, alterações químicas no cérebro e eventos traumáticos possam contribuir para o desenvolvimento da condição.

Estresse contínuo e histórico familiar de depressão também aumentam o risco.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico de distimia é clínico, sendo essencial observar a presença de sintomas por pelo menos dois anos consecutivos.

Frequentemente, pessoas com distimia também passam por episódios de depressão grave, e após a recuperação, seu humor continua abaixo do normal.

Muitos não percebem a condição, confundindo o mau humor e a tristeza persistente com traços da própria personalidade, o que dificulta a busca por ajuda. 

Tratamento para distimia

O tratamento da distimia envolve uma combinação de psicoterapia, medicação e mudanças no estilo de vida.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é eficaz para ajudar os pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento negativos.

Antidepressivos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), também podem ser recomendados para melhorar o humor e os sintomas.

De toda forma, o diagnóstico, tratamento e acompanhamento deve ser realizado por um médico.