Sem insumo, Butantan suspende produção de vacinas
A Fiocruz, que envasa a vacina da AstraZeneca no país, também corre o mesmo risco por falta de matéria-prima
O Instituto Butantan faz a última entrega de vacinas CoronaVac ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 14. Após a entrega de mais de 1,1 milhão de doses, a produção será completamente suspensa por falta de insumos vindos da China.
O atraso na entrega do ingrediente farmacêutico ativo vai impactar na vacinação contra a covid-19 em todo o país. Pelo menos 15 estados já suspenderam a aplicação da primeira ou da segunda dose da CoronaVac por falta do imunizante.
O Instituto Butantan aguarda a liberação de um lote com 10 mil litros do IFA, com o qual daria para produzir 18 milhões de doses.
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O governador de São Paulo, João Doria, culpa o governo Bolsonaro pelo atraso na liberação do IFA por parte da China. Segundo Doria, as constantes declarações do presidente causam um “problema diplomático”.
“As agressões feitas foram muito danosas. Ver um presidente da República dizendo que a China criou o vírus e disseminou a covid-19 pelo mundo e o ministro da Economia falar a mesma coisa. Isso provocou uma reação muito negativa. Temos que, neste momento, apostar na boa conduta do Itamaraty”, disse Doria em entrevista à Jovem Pan nesta sexta-feira.
Produção da AstraZeneca também ameaçada
A falta de matéria-prima também ameaça paralisar a produção da vacina de Oxford/AstraZeneca, envasada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a instituição, que entrega nesta sexta-feira, ao Ministério da Saúde, 4,1 milhões de doses da vacina, há insumos para produção até meados da semana que vem apenas.
Depois disso, se uma nova remessa de IFA não chegar ao país, a produção também será paralisada. Até este momento, a Fiocruz vem processando, no Centro Tecnológico de Vacinas (CTV/Biomanguinhos), um milhão de doses da vacina por dia.