Sífilis: sintomas, tratamentos e como se prevenir
A doença tem cura, mas é necessário mais conscientização quanto ao uso de camisinha pois os números de casos vêm aumentando exponencialmente no Brasil
Conhecida popularmente como cancro duro, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum.
Sua principal forma de transmissão é através de uma relação sexual sem camisinha, mas é possível ser adquirida, mais raramente, pelo contato com sangue contaminado como nas transfusões sanguíneas ou na hora do parto.
A Sífilis pode apresentar sintomas visíveis e possui diferentes estágios: primária, secundária, latente e terciária. Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão da bactéria é bem maior.
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
- Férias com crianças a 40 minutos de São Paulo
Sinais e sintomas
- Sífilis primária
Em sua fase primária, ela pode apresentar feridas, geralmente únicas, no local de entrada da bactéria, como pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele.
Essas feridas aparecem entre 10 a 90 dias após o contágio. Normalmente as lesões não doem, não coçam, não ardem e não têm pus.
Também é possível notar aparição de caroços na virilha.
Nessa fase é preciso muita atenção pois essas feridas são ricas em bactérias, e consequentemente, muito mais fáceis de serem transmitidas.
- Sífilis secundária
Na segunda fase, os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial.
Entre os possíveis sintomas, estão: manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, febre, mal-estar, dor de cabeça e caroços pelo corpo.
- Sífilis latente
Chamada de fase assintomática, neste período não aparecem sinais ou sintomas. Ela é dividida em latente recente (menos de dois anos de infecção) e latente tardia (mais de dois anos de infecção).
A duração pode variar e ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
- Sífilis terciária
Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção pela bactéria. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Essa fase pode levar à morte.
Como descubro se tenho Sífilis?
O teste rápido de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em até 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial.
Esse teste é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica.
Nos casos de resultados positivos (reagentes), uma amostra de sangue é coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial para confirmação do diagnóstico.
Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo, sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.
Como tratar
Felizmente a sífilis tem cura e o tratamento é feito com antibióticos, especialmente penicilina, que pode ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência.
Prevenção
Assim como o HIV, a Gonorreia, o HPV e outras ISTs, o uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis.
O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.
Epidemia brasileira e conscientização
A queda no uso de camisinha durante as relações sexuais, principalmente no público jovem, é apontada como a maior causa para o aumento da incidência de sífilis no país nos últimos anos.
Além disso, o não tratamento dos parceiros, assim como a baixa adesão às consultas do pré-natal são fatores contribuintes.
De acordo com o Ministério da Saúde, a sífilis adquirida teve sua notificação compulsória implantada no Brasil em 2010, tendo sua taxa de detecção aumentada de 2 casos por 100 mil habitantes naquele ano para 42,5 casos por 100 mil habitantes em 2016.
De 2015 para 2016, houve um aumento de 27,9% dos casos em adultos. Neste mesmo ano, a sífilis congênita apresentou uma taxa de incidência de 6,8 casos por mil nascidos vivos.
É importante reforçar a importância de se fazer teste regulares e também de avisar seus parceiros sexuais caso tenha um diagnóstico positivo.