Sinais do linfoma não-Hodgkin, doença que matou Artur Xexéo
Doença foi descoberta há duas semanas e evoluiu muito rapidamente, uma das características desse tipo de câncer
O colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews, Artur Xexéo, é mais uma vítima do câncer. O jornalista morreu no domingo, 27, aos 69 anos, em decorrência de um linfoma não-Hodgkin de células T, descoberto há duas semanas.
Xexéo chegou a fazer uma sessão de quimioterapia na quinta-feira. Na sexta, teve uma parada cardiorrespiratória, que foi revertida, mas depois acabou não resistindo.
Linfoma não-Hodgkin
O linfoma não Hodgkin (LNH) tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. Existem mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin.
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O tipo de linfoma do jornalista Artur Xexéo era de células T, que representa 15% dos linfomas não Hodgkin.
De acordo com American Cancer Society, a maioria dos pacientes diagnosticados com este tipo de câncer tem idade em torno de 60 anos. Os homens são mais predispostos do que as mulheres.
Esses linfomas geralmente envolvem os linfonodos, que fazem parte tanto do sistema circulatório, como do sistema imune, e se localizam em regiões estratégicas do corpo para realizar a tarefa de filtrar a linfa, eliminando todo e qualquer corpo estranho que nela possa conter, como vírus e bactérias. O linfonodos estão presentes majoritariamente no pescoço, axilas e virilhas.
Além de afetar o sistema linfático, esse tipo de câncer também pode atingir a pele, a medula óssea, o baço, o fígado e o trato digestivo, dependendo do subtipo. O linfoma não Hodgkin tende a ser generalizado e é de crescimento rápido.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas vão depender da região em que o linfoma surgir, mas, no geral, os mais comuns são:
- Aumento dos linfonodos (gânglios) – carocinhos que, geralmente, aparecem na região do pescoço, virilha e axila)
- Suor noturno excessivo;
- Febre;
- Coceira na pele;
- Perda de peso sem causa aparente.
- Aumento do baço
- Tosse, dificuldade para respirar ou dor no peito
As formas mais agressivas dos linfomas não-Hodgkin podem ter ainda estes outros sintomas:
- Dor no pescoço, nos braços ou no abdome;
- Dificuldade para respirar;
- Fraqueza nos braços e/ou nas pernas;
- Confusão mental.
Fatores de risco
Ainda a não se sabe exatamente o que causa esse tipo de linfoma, mas alguns fatores de risco estão associados à doença. Além desse linfoma ser mais frequentes em homens que em mulheres, ele está associado a bactérias e vírus, como o vírus de Epstein-Barr, o HIV e o HTLV (vírus linfotrópico da célula humana) e a bactéria Helicobacter pylori.
Pessoas que se submeteram a transplantes e tomam drogas imunossupressoras também têm risco maior. Crianças que nascem com síndromes congênitas, como síndrome de Wiskott-Aldrich, ataxia telangectasia e síndrome de Bloom, que causam imunodeficiência, também têm risco aumentado.
Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso e doença celíaca, por exemplo, também podem aumentar o risco de aparecer esse linfoma.
Tratamento
Hoje, a quimioterapia é um dos recursos mais comuns utilizados contra a doença. Nesse caso, são empregados medicamentos com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.
Em alguns casos, é utilizada a radioterapia junto à quimioterapia. Por meio de radiações ionizantes, ela destrói ou inibe o crescimento das células anormais que formam um tumor.
Mais recentemente, os médicos têm apostado na imunoterapia para tratar esse e outros tipos de câncer. Nessa abordagem terapêutica, os medicamentos aplicados via intravenosa ajudam o próprio sistema imunológico do indivíduo para reconhecer e combater melhor os tumores. Esse tem se apresentado como um tratamento promissor, com respostas muito positivas aos pacientes oncológicos.
Independente do tipo de tratamento escolhido pela equipe médica, o diagnóstico precoce é essencial para alcançar bons resultados.
Fontes: A.C. Camargo e American Cancer Society.