Sinal nos olhos ajuda a detectar Parkinson antes dos sintomas

As varreduras oculares podem detectar sinais de alerta precoce para certas condições, incluindo Parkinson

Pesquisadores usaram inteligência artificial para a detecção de doenças neurodegenerativas, como Parkinson, de forma não invasiva, através de exames dos olhos.

Segundo os pesquisadores, esse exame poderia revelar Parkinson até sete anos antes do aparecimento dos sintomas.

Esta descoberta surge na sequência de uma investigação publicada na revista Neurology, que sugeriu como um exame oftalmológico poderia ajudar a identificar indivíduos com doença de Alzheimer, esclerose múltipla e até esquizofrenia  e agora também com doença de Parkinson.

Exames oftalmológicos detectam sinais da doença de Parkinson até sete anos antes do diagnóstico
Créditos: smirart/istock
Exames oftalmológicos detectam sinais da doença de Parkinson até sete anos antes do diagnóstico

Detalhes do estudo

As descobertas foram compiladas usando um banco de dados de voluntários saudáveis. Os cientistas conseguiram identificar marcadores sutis através de exames oftalmológicos. O estudo foi publicado na Neurology, revista médica da Academia Americana de Neurologia.

Os médicos sabem há muito tempo que o olho pode funcionar como uma “janela” para o resto do corpo, proporcionando uma visão direta de muitos aspectos da nossa saúde.

Imagens de alta resolução da retina são agora uma parte rotineira dos cuidados oftalmológicos – em particular, um tipo de exame 3D conhecido como “tomografia de coerência óptica” (OCT).  Em menos de um minuto, uma tomografia de OCT revela detalhes incríveis da retina – até um milésimo de milímetro.

Estas imagens são extremamente úteis para monitorar a saúde ocular, mas o seu valor vai muito mais longe, uma vez que um exame da retina é a única forma não invasiva de visualizar camadas de células abaixo da superfície da pele.

O exame é capaz de revelar  detalhes camada nuclear interna da retina. Em pacientes com Parkinson essa parte se mostra mais fina.

O estudo constatou que uma espessura reduzida destas camadas estava associada a um risco aumentado de desenvolver a doença de Parkinson, para além do conferido por outros fatores ou comorbilidades.

Embora sejam necessários estudos futuros para confirmar se a imagem da retina pode apoiar o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento complexo dos pacientes com doença de Parkinson, a investigação oferece esperança e novas possibilidades.

Os pesquisadores esperam que este método se torne em breve uma ferramenta de pré-triagem para pessoas em risco de contrair a doença.