Síndrome de Stevens-Johnson: os sintomas e como tratar a grave doença

A Síndrome de Stevens-Johnson é uma condição rara que afeta a pele e as mucosas; o tratamento imediato é essencial para evitar complicações

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
25/02/2025 05:33

A síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma condição rara que afeta a pele e as mucosas, geralmente como resultado de uma reação adversa a medicamentos ou uma infecção.

Conheça a Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ)
Conheça a Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) - iStock/gokhanilgaz

A doença não é contagiosa. Embora seja grave, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível recuperar-se.

O que causa a síndrome de Stevens-Johnson?

A SSJ é, em sua maioria, desencadeada por uma reação grave a medicamentos, como anticonvulsivantes, antibióticos ou anti-inflamatórios.

Também pode ser causada por infecções virais, como herpes, HIV ou hepatite. Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido têm maior risco de desenvolver a doença.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da SSJ começam de forma semelhante a uma gripe, com febre, dor de garganta, cansaço e tosse. Após alguns dias, surgem manchas vermelhas ou roxas na pele, que rapidamente se espalham pelo corpo e formam bolhas. A descamação da pele é um sinal clássico da doença.

Esses sintomas podem surgir em qualquer parte do corpo, sendo mais comuns no rosto, tronco, braços e pernas. Além disso, as mucosas, como a boca, olhos e órgãos genitais, também podem ser afetadas, com feridas dolorosas e até dificuldade para respirar.

Outros sintomas incluem:

  • inchaço no rosto, boca e garganta;
  • sensação de queimação na pele;
  • dificuldade para comer devido a feridas na boca;
  • queimação e vermelhidão nos olhos.

Quando esses sintomas aparecem, especialmente após o uso de um medicamento novo, é aconselhável procurar imediatamente o pronto-socorro.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito por dermatologista ou clínico geral, geralmente em ambiente hospitalar, observando o aspecto da pele e das mucosas. A rapidez com que as lesões se espalham também é um indicativo importante. Exames adicionais, como biópsias de pele e exames de sangue, podem ser realizados para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições.

A SSJ é uma emergência médica, e o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. Os pacientes são internados, e o uso de medicamentos que causaram a reação é interrompido.

O tratamento inclui hidratação intravenosa, cuidados com as feridas da pele e, em alguns casos, oxigenoterapia ou intubação, dependendo da gravidade.

Medicamentos como corticoides, anti-histamínicos e antibióticos podem ser administrados para reduzir a inflamação e prevenir infecções. Se a doença evoluir para uma necrólise epidérmica tóxica (quando mais de 30% da pele é afetada), o tratamento intensivo é essencial.

Quais são as possíveis complicações da síndrome de Stevens-Johnson?

Se não tratada rapidamente, a SSJ pode levar a complicações graves, como:

  • Infecção generalizada (sepse);
  • Desidratação severa;
  • Comprometimento da função renal, hepática ou pulmonar;
  • Cicatrizes permanentes na pele e problemas de visão;
  • Pneumonia.

Como prevenir?

Embora não seja possível prevenir o primeiro caso, é fundamental seguir as orientações médicas e ter cuidado com o uso de medicamentos.

Caso já tenha ocorrido uma reação alérgica a um medicamento, este deve ser evitado no futuro.