Suor com odor forte pode ser sinal de trimetilaminúria

Em alguns casos, a condição ocorre por conta de um gene defeituoso que a pessoa herdou de seus pais

A palavra é difícil de ser pronunciada e a condição é rara. Trimetilaminúria, também conhecida como “síndrome do odor de peixe”, é caracterizada por um suor com cheiro bem desagradável.

De acordo com a Organização Nacional para Distúrbios Raros (NORD), nesse distúrbio, os processos metabólicos do corpo não conseguem alterar a trimetilamina química – uma substância química de cheiro forte – em uma substância sem cheiro. A trimetilamina é a substância que dá mau cheiro ao peixe podre.

A trimetilaminúria é um distúrbio metabólico raro, cujo odor forte é o único sintoma
Créditos: AndreyPopovQistock
A trimetilaminúria é um distúrbio metabólico raro, cujo odor forte é o único sintoma

Quando esse  processo metabólico falha, a trimetilamina se acumula no corpo, resultando em odor, que pode afetar:

  • suor
  • respiração
  • urina
  • fluidos vaginais

Esse odor é o único sintoma. E o consumo de certos alimentos – como peixe, ovos, leite e feijão – pode piorar a condição.

Na literatura médica, há cerca de 100 casos, porém, acredita-se que o distúrbio seja subdiagnosticado, pois muitas pessoas com sintomas leves não procuram ajuda.  Além disso, segundo a NORD, alguns médicos não reconhecem os sintomas de trimetilaminúria quando uma pessoa com odor corporal procura um diagnóstico.

Como é o diagnóstico de trimetilaminúria?

A presença do odor de peixe podre é indicativa, principalmente nos casos graves, mas não basta para o diagnóstico. Esse se baseia na análise urinária de trimetilamina e N-óxido de trimetilamina, que pode distinguir entre casos graves e leves.

Testes genéticos estão disponíveis para distinguir entre trimetilaminúria genética primária, que resultará em sintomas graves, e formas secundárias não genéticas do distúrbio.

Em alguns casos, a condição é causada por um gene defeituoso que uma pessoa herdou de seus pais.

Tratamento

Não há cura para a trimetilaminúria, mas o tratamento consiste basicamente em evitar alimentos que contêm colina e lecitina.

Alguns casos graves podem exigir a administração de um antibiótico esterilizante do intestino, como o metronidazol, que reduz o número de bactérias intestinais que decompõem a colina e o N-óxido de trimetilamina em trimetilamina.