Suplementos de cúrcuma podem prejudicar seu fígado
Lesões hepáticas induzidas por cúrcuma são raras, mas o número de casos está aumentando, dizem alguns pesquisadores
Muitas pessoas têm tomando cúrcuma em forma de suplemento concentrado, mas o produto está associado a um número crescente de casos de lesões agudas no fígado.
Os suplementos contêm extratos purificados de alta dose de curcumina, o principal ingrediente ativo da cúrcuma.
Muitos também contêm aditivos como pimenta-do-reino para promover a absorção da curcumina, uma substância que normalmente é mal absorvida pelo trato digestivo.
- Harvard revela 10 alimentos para controlar o colesterol alto
- Por que a quinoa é considerada uma importante aliada no controle do açúcar no sangue?
- 5 motivos para conhecer Capitólio no verão
- Estes são os sintomas mais comuns de autismo em adultos; saiba como identificá-los
Um estudo que deu a adultos 2 gramas de curcumina mal conseguiu detectá-la em amostras de sangue. Mas depois de adicionar pimenta-do-reino, a fração de curcumina que atingiu a corrente sanguínea disparou em 2.000%.
Risco de lesões hepáticas
Um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan descobriu que as cápsulas de cúrcuma estão entre os seis suplementos herbais comuns que podem prejudicar o fígado. Os resultados constam no JAMA Network Open.
Os outros suplementos foram o extrato de chá verde, garcinia cambogia, cimicifuga preta, arroz vermelho fermentado e ashwagandha.
A Drug-Induced Liver Injury Network (DILIN), uma iniciativa dos EUA que coleta e analisa casos de lesões hepáticas causadas por medicamentos, relatou 10 casos de lesões hepáticas associadas a suplementos de cúrcuma em 2022.
Os sintomas mais comuns foram icterícia, náusea e dor abdominal. Dos 10 casos, cinco pacientes foram hospitalizados e um paciente morreu de insuficiência hepática aguda.
Os pesquisadores concluíram que a crescente popularidade da cúrcuma nos últimos anos parece refletir o aumento nos casos relatados coletados pelo DILIN.
A genética pode dar uma explicação
A genética também faz parte da história, já que certos genes codificam enzimas envolvidas no processamento de medicamentos.
Depois que um medicamento é ingerido, ele é absorvido pelo trato gastrointestinal e levado pela corrente sanguínea.
O primeiro lugar para onde ele vai é o fígado, cujo trabalho é remover toxinas e metabolizar medicamentos usando enzimas específicas.
O estudo do DILIN descobriu que 7 dos 10 pacientes carregavam uma variante genética, encontrada em apenas 10% da população geral dos EUA, que pode ter aumentado sua suscetibilidade a lesões hepáticas associadas à cúrcuma.
Essas enzimas hepáticas sofrem uma influência da genética, então, a maneira como uma pessoa metaboliza algo pode ser ligeiramente diferente de como outra metaboliza a mesma coisa.
Dessa forma, os consumidores devem estar cientes dos possíveis riscos antes de tomar qualquer suplemento e receber as orientações de um profissional de saúde.