Supositório de maconha é usado no combate à cólica menstrual

A cólica menstrual é um problema que assola muitas mulheres, alguns remédios podem ajudar, mas dificilmente acabam com as dores totalmente.

A cannabis pode ser a solução. É o que prometem os supositórios vaginais da marca Foria Relief.

THC e CBD relaxam a musculatura da região pélvica e aliviam a dor

Segundo os pesquisadores, o THC e o CBD presentes na fórmula relaxam a musculatura da região pélvica, que tem o maior número de receptores canabinoides, depois do cérebro, e aliviam a dor. “A Cannabis tem uma longa história cultural de uso como um auxiliar natural no alívio dos sintomas associados à menstruação”, afirma o site do fabricante do produto.

Por enquanto, o Foria Relief é vendido apenas na Califórnia e Colorado, nos Estados Unidos, e custa U$ 44 (cerca de R$ 140) a caixa com quatro supositórios.

Para compra-lo na Califórnia, é necessário apresentar receita médica. Já no Colorado, onde o uso recreativo também é liberado e há uma indústria de produtos à base da cannabis em expansão, a compra é feita sem necessidade de nenhuma recomendação ou autorização.

No Brasil ainda não há previsão de venda, pois por aqui o uso medicinal de produtos à base de cannabis só é autorizado mediante autorização da Justiça.

No entanto, em novembro de 2016 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou os critérios para permitir o registro, venda e uso de medicamentos que tenham o composto.

A FDA (agência que regula remédios nos EUA) ainda não avaliou e aprovou os supositórios de cannabis, pois não há pesquisas científicas que comprovem sua segurança e eficácia do produto.

Porém, testemunhos das consumidoras no site da empresa indicam satisfação com o uso do Foria Relief com frases como “Um milagre embrulhado em um pequeno pacote”, “Analgésicos não funcionam para mim, mas isso sim!” e “Medicina poderosa”. Mas há relatos, em menor quantidade, de pessoas que não sentiram os efeitos da medicina.

A empresa afirma ainda que não foram observados efeitos colaterais significativos porque os compostos do supositório agem localmente, diferente do que acontece quando a maconha é inalada ou ingerida. Porém, frisam que pessoas com condição médica pré-existente é recomendado consultar um médico antes de usar o produto.

A indicação da dosagem é variável e, segundo o site da empresa, depende da intensidade da dor.

O uso medicinal da maconha

A Cannabis Sativa tem aproximadamente 400 compostos químicos, sendo 60 canabinoides. Dois deles tem propriedades medicinais que se destacam na produção de remédios: o THC (que também é a principal substância psicoativa e pode causar dependência química) e o CBD (canabidiol), que não tem efeitos entorpecentes, segundo matéria do Vivo Mais Saudável, parceiro do Catraca Livre.

A maconha enquanto remédio, e não a erva, pode ser encontrada em países como Estados Unidos, Canadá, Uruguai e Israel – que já adotaram regulação específica para o uso terapêutico – na forma de cápsulas, sprays, gotas e adesivos, por exemplo.