SUS implementará teste rápido duo para sífilis e HIV

Ministério da Saúde investe R$27 milhões em nova tecnologia de diagnóstico simultâneo

O Ministério da Saúde anunciou que vai adquirir uma tecnologia, conhecida como “duo teste”, permitirá a detecção simultânea de infecções por sífilis e HIV. O método ficará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), em quatro milhões de unidades, com a previsão de distribuição para os estados ainda em 2023.

SUS implementará teste rápido duo para sífilis e HIV
Créditos: BernardaSv/istock
SUS implementará teste rápido duo para sífilis e HIV

Essa iniciativa visa acelerar o processo de diagnóstico e tratamento, contribuindo para a meta de eliminar ou controlar, até 2030, 14 doenças com alta prevalência em áreas de vulnerabilidade social, como é o caso do HIV e da sífilis.

A introdução do duo teste vai, acima de tudo, ampliar a testagem para sífilis, já que a testagem rápida de HIV é mais comum em certos cenários.

O novo teste simplifica o processo de execução, requerendo apenas um reagente, e reduz o espaço necessário para o armazenamento em unidades de saúde. A leitura dos resultados do duo teste pode ser feita em até 30 minutos, sem a necessidade de laboratórios especializados.

A eficácia do duo teste foi confirmada pelo Instituto Evandro Chagas antes de sua aquisição pelo Ministério da Saúde.

Sífilis

Apesar de a sífilis ser uma doença curável, com diagnóstico e tratamento gratuitamente oferecidos pela rede pública de saúde, a infecção persiste em níveis alarmantes. Em 2022, mais de 213 mil casos foram registrados, resultado de contatos sexuais desprotegidos.

O Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, divulgado pelo Ministério da Saúde por ocasião do Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, revela um aumento de 23% em relação ao ano anterior, atingindo uma taxa de detecção de 99,2 casos por cem mil habitantes.

Para aumentar o diagnóstico, o Ministério também irá reforçar a capacitação dos profissionais de saúde para prevenir e tratar doenças de transmissão vertical
Créditos: AlenaPaulus/istock
Para aumentar o diagnóstico, o Ministério também irá reforçar a capacitação dos profissionais de saúde para prevenir e tratar doenças de transmissão vertical

O diagnóstico de sífilis em gestantes também cresceu, passando de 28,1 casos por mil nascidos vivos em 2021 para 32,4 casos em 2022. A taxa de incidência da sífilis congênita manteve-se estável em 2022 em comparação a 2021, com cerca de dez casos por mil nascidos vivos, porém, um aumento de 16% em relação a 2019, pré-pandemia.

No contexto de atenção primária, onde a população acessa os testes rápidos, a testagem de HIV e sífilis é fundamental. Em 2022, o Ministério da Saúde registrou um aumento de 62% no número de gestantes que realizaram o teste durante o pré-natal, um número que subiu para 73% no mesmo período deste ano.

Para aumentar o diagnóstico, o Ministério também irá reforçar a capacitação dos profissionais de saúde para prevenir e tratar doenças de transmissão vertical, como HIV, sífilis, hepatites virais, toxoplasmose, e outras, a partir de 2024.

*Com informações do Ministério da Saúde.