Este é o tempo que se leva para superar um coração partido

Pesquisa com jovens que vivenciaram a desilusão amorosa aponta qual o tempo médio de cura

Embora seja uma experiência muito individual, a ciência estima um tempo médio para a superação de um coração partido.

Um estudo publicado no Journal of Positive Psychology descobriu que em 11 semanas, ou seja, 3 meses após o rompimento, 71% dos participantes conseguiram ver seu relacionamento de uma forma positiva.

A pesquisa envolveu 1.404 estudantes universitários de 18 a 25 anos, que vivenciaram o término de um relacionamento significativo nos últimos 12 meses.

Os pesquisadores também descobriram que esse tempo de recuperação era semelhante para ambos os envolvidos, independentemente de quem decidiu pelo término.

Embora a desilusão amorosa não seja uma ciência exata, pesquisadores especulam a duração do processo de cura
Créditos: peterzsuzsa/Depositphotos
Embora a desilusão amorosa não seja uma ciência exata, pesquisadores especulam a duração do processo de cura

No entanto, esta pesquisa só pode ser aplicada a relacionamentos de curto prazo.

Um estudo diferente que questionou quanto tempo levaria para os casais superarem o divórcio descobriu que o prazo era significativamente mais longo, cerca de 18 meses.

Mas os pesquisadores frisam que, como o amor é uma emoção confusa e cada relacionamento traz consigo suas próprias memórias e sentimentos, o fim de qualquer relacionamento será uma experiência única.

E, portanto, não há limite de tempo definido para a cura – pois fatores como profundidade da emoção e motivação para o fim do romance, desempenham um papel no processo de cura.

O que esperar durante o processo?

Além da bagunça no emocional, o fim de um relacionamento pode também ter impactos no físico.

Estudos já demonstraram que a dor no coração não é só figura de linguagem. De fato, uma rejeição pode afetar até os batimentos cardíacos.

Os pesquisadores descobriram que, quando acontece o término de uma relação, o coração pode reduzir drasticamente seus batimentos por um breve momento. E quanto mais rejeitados nos sentimos, mais lentos ficam as batidas.

Isso ocorre, segundo os cientistas porque as dores física e emocional são processadas na mesma região do cérebro.

Isso significa que o fim de um relacionamento é tão doloroso para o corpo, quanto para a mente.

Esse efeito direto no sistema nervoso explicaria ainda porque algumas pessoas têm dificuldades de comer ou dormir quando estão nesse processo de superação.

Por que o coração dói quando sofremos por amor?

A dor no coração resultante de uma rejeição pode ser influenciada pelos hormônios.

Isso ocorre porque as emoções negativas fazem aumentar os hormônios do estresse cortisol, adrenalina e noradrenalina. E por outro lado, reduzem nos hormônios da felicidade serotonina e oxitocina no corpo.

E são justamente esses “hormônios do desgosto” os responsáveis por causar sintomas físicos que levam as pessoas a sentir dor.

Eles podem até contribuir para condições como pressão alta, ganho de peso, acne e aumento da ansiedade.

A outra explicação é que a rejeição social, como o rompimento com um parceiro, também ativa áreas do cérebro associadas à dor física. É o que observou um estudo de 2011 publicado na revista Biological Sciences.

No experimento, os pesquisadores apresentavam aos participantes uma foto de seu ex-parceiro e submetiam os voluntários a uma ressonância magnética.

O exame mostrava que áreas do cérebro geralmente associadas a lesões físicas, incluindo o córtex somatossensorial secundário e a ínsula dorsal posterior, eram ativadas.