Teste PCR e antígeno: entenda por que podem dar resultados diferentes
Muitos fatores podem afetar a probabilidade de um teste de covid-19 detectar com precisão a infecção
Os testes de covid-19 têm uma demanda maior do que nunca, principalmente por conta da circulação da variante Ômicron. Os testes moleculares, como a tecnologia “RT-PCR” – conhecidos como PCR – são considerados o “padrão ouro” para detectar a maioria das infecções causadas pelo SARS-CoV-2.
Em comparação, os testes de “antígeno” ou testes rápidos, que são feitos em farmácias, e ficam prontos em 15 minutos, são menos sensíveis do que os testes de PCR.
Uma revisão no ano passado estimou que os testes rápidos de antígenos podem detectar apenas em média 75% dos casos que o PCR pode detectar.
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Isso quer dizer que há chances de uma pessoa que faça o teste de antígeno estar infectada, mesmo quando o resultado der negativo.
Por isso, quando há sintomas, o ideal é a pessoa confirmar o resultado com um teste PCR, que é mais certeiro.
Além disso, os testes de antígenos têm melhor desempenho em pessoas sintomáticas na primeira semana da doença.
Como é feito o RT-PCR?
O teste pelo método RT-PCR consiste na coleta de amostra da secreção respiratória que permite identificar o vírus no período em que está ativo na nasofaringe. Essa amostra é colhida com uma haste flexível de algodão do fundo do nariz. E essa coleta deve ser feita entre o terceiro e sétimo dia após a pessoa apresentar sintomas. Depois desse período, a quantidade de RNA tende a diminuir.
Como é feito o teste de antígeno?
O teste rápido de antígeno utiliza um cotonete na cavidade nasal para coletar as amostras da nasofaringe e depois utiliza um método semelhante aos dos testes de gravidez de farmácia, a imunocromatografia, para buscar as proteínas do vírus. Se essas proteínas forem detectadas, o diagnóstico é positivo para covid-19.
O que explica resultados diferentes?
A grande diferença entre os dois tipos de teste é que o antígeno detecta pequenas estruturas (proteínas) que estimulam o sistema imune, enquanto que o PCR detecta o código genético do vírus na amostra analisada.
No PCR, não é necessário ter uma carga viral muito grande para que ele seja sensível e específico, o que significa que funciona muito bem tanto em assintomáticos quanto em sintomáticos.
Embora possam ser altamente sensíveis na detecção de casos do vírus, as pessoas podem continuar a apresentar resultados positivos de testes de PCR por semanas ou até meses depois de se recuperarem, quando a infeção já não está mais ativa. Por isso o PCR é indicado até o 10º dia após o início dos sintomas.
Já o antígeno, quando dá positivo, indica que a pessoa tem uma infecção ativa e pode infectar outras. Dificilmente, esse teste dá falso positivo, porém existe chance de falso negativo.