Uma em oito crianças tem problema de saúde mental, revela estudo
Uso frequente de redes sociais é apontado com um dos principais fatores que desencadeiam distúrbios mentais em jovens
Um estudo feito com mais de 9 mil crianças e adolescentes na Inglaterra revelou que um em cada oito jovens com idades entre dois e 19 anos tem algum problema de saúde mental, como depressão, ansiedade, hiperatividade e transtorno disfórmico corporal. Os dados apresentados pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) são chocantes, segundo os pesquisadores, e evidenciam falta de investimento em saúde mental pública.
De acordo com a pesquisa, entre as idades de 17 e 19 anos, as meninas são particularmente afetadas, com 22% delas sofrendo algum distúrbio emocional, em comparação com 8% dos meninos. Mais da metade dessas jovens relataram automutilação ou tentativa de suicídio.
Entre as crianças pré-escolares, uma em 18 (5,5%) tinha pelo menos um transtorno mental. Transtornos emocionais, transtornos de comportamento e hiperatividade estavam entre os dez principais tópicos.
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Também foi levantado que um em cada três adolescentes gays, lésbicas ou bissexuais sofre de problemas de saúde mental, em comparação com um em cada sete heterossexuais.
O relatório apontou o aumento do tempo do uso de mídias sociais, ciberbullying, fumo, álcool e drogas como fatores que desencadeiam esses distúrbios. “Os jovens com transtorno mental eram mais propensos a concordar que se comparavam a outros; que curtidas, comentários e compartilhamentos impactaram seu humor; que passaram mais tempo online do que pretendiam; e que eles não poderiam ser honestos com seus sentimentos”, afirmou Katharine Sadler, uma das autoras do estudo.
Segundo o psiquiatra Gary Wannan do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, as descobertas são extremamente preocupantes, mas não surpreendentes já que a “associação médica alertou por muito tempo para a necessidade de maiores investimentos em serviços de saúde mental para crianças e adolescentes e atender a demanda crescente”, explicou.
Ainda de acordo com o médico, a prevenção sempre que possível ou a intervenção precoce é, de longe, o meio mais eficaz e benéfico de tratar a saúde mental das crianças e dos jovens.