Viagra: por que remédio está associado a risco de cegueira?

Entenda os possíveis riscos causados pelo medicamento

Efeitos do Viagra: pesquisa acompanhou os pacientes para ver quantos desenvolveram condições oculares capazes de causar cegueira – iStock/Getty Images
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Efeitos do Viagra: pesquisa acompanhou os pacientes para ver quantos desenvolveram condições oculares capazes de causar cegueira – iStock/Getty Images

O uso contínuo de remédios para a disfunção erétil, como o Viagra, aumenta em até 85% o risco de doenças oculares graves, que podem levar à cegueira.  O estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica (UBC), no Canadá, foi divulgado pela revista científica JAMA Ophthalmology.

Entre as consequências observadas destacam-se condições como deslocamento de retina, oclusão venosa da retina (OVR) ou neuropatia óptica isquêmica (NOI).

Considerada dois dos principais diagnósticos de cegueira no mundo, o OVR  e a NOI são quadros graves que provocam a perda súbita de visão devido à suspensão do fluxo sanguíneo par o nervo óptico do olho.

Este não é, no entanto, o primeiro documento divulgado sobre o tema. Recentemente, uma série de relatos científicos apontaram para as consequências na região dos olhos por conta do uso regular desse medicamento.

Viagra x cegueira: como foi feito estudo?

Para chegar aos resultados obtidos, o estudo envolveu os dados de 213.033 homens norte-americanos que não tinham histórico de doenças oculares no ano anterior ao início do uso regular de medicamentos para disfunção erétil.

Em uma segunda etapa do experimento, os pesquisadores acompanharam os homens para ver quantos deles desenvolveram as condições oculares e como isso se relacionava àqueles que não usavam medicamentos para disfunção erétil regularmente.

Assim, eles descobriram que os usuários de medicamentos para disfunção erétil eram 2,58 vezes mais propensos a desenvolver descolamento de retina. Descobriram ainda que esses homens tinha até 1,4 mias chances de ter oclusão venosa da retina (OVR), enquanto o risco para neuropatia óptica isquêmica (NOI) era 2,2 vezes maior.

“Estas são condições raras, e o risco individual de desenvolver uma delas permanece muito baixo para qualquer usuário. No entanto, o grande número de prescrições realizadas a cada mês nos EUA – cerca de 20 milhões – significa que um número significativo de pessoas pode ser afetado. Os usuários regulares desses medicamentos que percebem alguma alteração na visão devem levar isso a sério e procurar atendimento médico”, afirma o professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da Faculdade de Medicina da UBC, Mahyar Etminan, em comunicado.