Vírus mayaro, primo do chikungunya, circula no interior de SP

Vírus é transmitido por meio da picada do mosquito silvestre Haemagogus janthinomys, o mesmo vetor da febre amarela

SP é o segundo estado onde o vírus foi identificado
Créditos: Kuntalee Rangnoi/istock
SP é o segundo estado onde o vírus foi identificado

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto detectaram circulação do vírus mayaro em São Carlos, no interior de São Paulo.

Os anticorpos do vírus foram identificados ao analisarem 5,6 mil amostras de doadores do banco de sangue da cidade. Em 36 amostras, foram encontrados dois tipos de anticorpos para a doença.

O mayaro, que é transmitido pelo mosquito silvestre Haemagogus janthinomys – o mesmo vetor da febre amarela – causa sintomas semelhantes aos do chikungunya, como febre alta, dores musculares, de cabeça e nas articulações.

São Paulo é o segundo estado com a circulação do mayaro. Recentemente, foi identificada a presença do vírus no Rio de Janeiro.

O que é febre mayaro 

A febre do mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é de curso benigno, semelhante à dengue e à chikungunya.

De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus Mayaro foi isolado pela primeira vez em Trinidad, em 1954, e o primeiro surto no Brasil foi descrito em 1955, às margens do rio Guamá, próximo de Belém, no Pará. Desde então, casos esporádicos e surtos localizados têm sido registrados nas Américas, incluindo a região Amazônica do Brasil, principalmente nos estados do Norte e Centro-Oeste. A febre do mayaro compõe a lista nacional de doenças de notificação compulsória imediata.

Como é feito o diagnóstico da febre mayaro?

O diagnóstico da Febre do Mayaro é clínico, epidemiológico e laboratorial. A suspeita se dá a partir da avaliação clínica do paciente, com base nos sintomas descritos, e do histórico de exposição a situações de risco nos 15 dias que antecedem o início dos sintomas.

O diagnóstico laboratorial pode ser realizado a partir de provas diretas (isolamento viral, biologia molecular) ou indiretas (sorologias).