Whindersson fala de paranoias com drogas: ‘Me lancei nesse abismo’

Humorista diz que cérebro derretia com o abuso das drogas durante fase crítica que viveu na pandemia

Em seu recém-lançado livro “Vivendo como um guerreiro”, Whindersson Nunes faz revelações sobre momentos conturbados da pandemia em que ele mergulhou no uso de drogas sintéticas, chegando a ter paranoias e crises de pânico.

Ele comenta sobre o uso de “bala, LSD em doses cavalares e algumas outras” que só alimentavam o seu sofrimento.

“As drogas aumentaram as minhas paranoias. Medo das violências, medo das invasões da minha vida. E o pânico. Meu Deus?! Não desejo isso para ninguém. Meu cérebro derretendo. Minhas noites indormidas, virando de um lado para outro. Acusando o chão de não me caber. Tudo muito sofrido”.

Whindersson Nunes revela paranoias, pânico e muito sofrimento com o uso de drogas sem intervalo
Créditos: reprodução/Instagram/whinderssonnunes
Whindersson Nunes revela paranoias, pânico e muito sofrimento com o uso de drogas sem intervalo

Whindersson também revela que por conta das paranoias chegou a desconfiar até de amigos próximos.

“Robson é um amigo que foi amigo inteiro nesses dias. Ele me olhava para que a solidão não piorasse. Ele compreendia o alimentar da minha desconfiança. Lembro-me de um dia em que eu apalpava as cinturas dele para ver se ele estava armado e se poderia acabar com a minha vida. Imaginem! E ele cuidando de mim.”

Segundo o humorista, não havia intervalo entre o consumo das substâncias. “Eu acordava e desacordava para a vida. Eram drogas e mais drogas tentando estancar sei lá o quê.”

“Culpa não foi da Luísa”

O youtuber diz que chegou a pensar em se internar, mas acabou desistindo com receio disso aumentar os ataques a Luísa Sonza, de quem tinha se separado recentemente.

“Meus amigos diziam que isso seria um prato cheio para a mídia. E também não queria que isso fosse um prato cheio para que as pessoas culpassem a Luísa. Não. Definitivamente, a culpa não foi da Luísa”, pontuou.

Em outro trecho ele diz: “E não foi por ela que eu me lancei nesse abismo. Foi por mim. Foi por um buraco dentro de mim. Foi pela ausência das certezas da minha vida.”

Embora tenha afirmado que viveu um “penhasco” após o término da relação, o humorista conta no último capítulo do livro que seu envolvimento com as drogas começou antes de conhecer a cantora. Ele inclusive cita que estava sob o efeito de drogas quando a encontrou pela primeira vez.

“Quando a vi, pela primeira vez, eu a vi no efeito da droga. Eu a vi meio que brilhando. Foi o começo de uma viagem. Uma viagem de alguém que tem um instinto de professor. Eu queria passar tudo para ela. Eu queria que ela desse certo na vida”, diz.

Whindersson Nunes diz que Luísa Sonza não teve culpa de seu mergulho nas drogas
Créditos: reprodução/Intagram
Whindersson Nunes diz que Luísa Sonza não teve culpa de seu mergulho nas drogas

Nessa época, Whindersson já enfrentava a depressão e conta que a então namorada o ajudou a enfrentar a doença e a baixa autoestima.

“O olhar dela fazia com que eu acreditasse que, de fato, eu era interessante, eu era legal. E, nisso, ela foi minha professora. E eu sou grato. Até hoje eu tenho uma confiança que ela fez brotar em mim.”

Dependência química

A dependência química, seja ela causada por drogas ou álcool, gera no dependente compulsão pelo uso da substância e  necessidade de doses maiores para atingir o mesmo efeito inicial. Os prejuízos podem ser tanto físicos, como sociais e psicológicos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento ambulatorial, terapia, tratamento com remédios e internação (quando necessária).

Estes atendimentos são realizados através dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) que prestam atendimento a pacientes com transtornos mentais ou dependentes de álcool e drogas e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs).

Como ajudar alguém com depressão

Apesar de ser marcada por tristeza, medo e insegurança, a depressão não necessariamente está na cara das pessoas, porque, nem sempre, ela vem acompanhada de choros constantes ou aparente sofrimento. Isso pode acontecer porque as pessoas podem mascarar os sintomas por falsas demonstrações de felicidade.

Na maioria dos casos, no entanto, a pessoa com depressão tende a externalizar pensamentos negativos, falta de energia e vontade de fazer as coisas das quais gostava.

Como então ajudar alguém?

Se você conhece alguém que está lidando com a doença, incentive essa pessoa a procurar atendimento psicológico ou psiquiátrico. É possível fazer um acompanhamento com um médico de família gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também atendem todos os casos de depressão, mas são especialmente formulados para os níveis moderados ou graves.