O que fazer quando você perder um voo de conexão?
A Cátia Noronha, do blog Todas as Mães em Viagem, conta como é chato perder um voo de conexão
Se existe algo frustrante em uma viagem –seja no começo ou no fim– é perder um voo de conexão e ter que passar horas dentro do aeroporto. Mas dá para tornar essa espera nos saguões um pouco menos chata, você sabia?
Escala ou conexão?
É normal confundir conexão com escala! Na conexão a gente viaja até um destino, desce do avião e embarca em outra aeronave para o destino final. Se a sua conexão for em um país diferente do seu destino final, você terá que passar pela imigração também e isso, em geral, leva bastante tempo.
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Já em um voo com escala, o avião também faz uma parada, mas os passageiros que seguirão viagem não precisam descer. Este avião vai reabastecer ou receber novos passageiros antes de decolar novamente.
Quando a gente compra a passagem aérea, é possível ver qual o tempo de conexão entre a chegada do avião e a partida do outro. Algumas conexões podem ser de até 24 horas, então é sempre importante ficar atento a este detalhe para saber o que fazer entre um voo e outro. Por outro lado, conexões muito curtas, principalmente em viagens internacionais, são bem arriscadas! Para voos domésticos, um tempo de 2 horas na conexão é ok. Para voos internacionais algumas pessoas sugerem 3 horas, mas depois do nosso perrengue, eu recomendo 4 horas de intervalo!
Um voo atrasa, perde-se o outro
Quando fomos para o Canadá, tínhamos que fazer conexão nos EUA. Só que o tempo entre a chegada do avião e a partida do próximo era muito curto, de apenas 2 horas. Esse foi um detalhe que a gente não prestou atenção na hora de aprovar as passagens que a agência reservou para nós.
Resultado: o nosso voo que saía do Brasil atrasou cerca de uma hora. A conexão era em Houston, no Texas, e chegando lá, nos restava apenas uma hora para passar por todos os trâmites burocráticos da imigração e embarcar novamente. Resultado óbvio: perdemos o voo da conexão para o Canadá!
Palavra de especialista
De acordo com a AirHelp, empresa líder mundial em remuneração de voos, em 2018, quase 15 milhões de passageiros estiveram em voos atrasados no Brasil. No Brasil, de acordo com a estatística de quatro dos últimos cinco anos, o mês de dezembro, mais precisamente próximo dos feriados do fim do ano, é o período em que os passageiros devem ter cuidado redobrado com a superlotação dos aeroportos. Já fica a dica para quem está planejando viajar no final do ano!
E o que fazer?
No nosso caso, assim que nos informaram que não daria mais tempo de pegar o avião, fomos direto para o balcão de atendimento da cia aérea e explicamos o ocorrido para conseguirmos embarcar no próximo voo com destino a Calgary, no Canadá! Conseguimos!! Só que esse próximo voo sairia dentro de 12 horas. Isso comprometeu um dia inteiro de passeios da nossa programação:/
Vale dizer que conseguimos um outro voo porque as passagens Brasil – EUA – Canadá estavam vinculadas, ou seja, foram compradas juntas. Vamos supor que eu tivesse comprado passagens separadas, provavelmente eu teria que comprar outra passagem dos EUA para o Canadá.
O fazer em 12 horas dentro de um aeroporto com crianças?
A nossa viagem estava só começando! Depois de digerir a ideia de passar 12 horas dentro do aeroporto, fomos procurar o balcão da cia aérea novamente e perguntar por nossos direitos de alimentação. Nos deram vouchers de US$ 20 por pessoa, o que foi suficiente para fazer uma refeição completa. Mas veja bem: só nos deram porque voltamos lá e questionamos, porque da primeira vez ninguém falou nada! É pra ficar com raiva, né?
Aqui no Brasil a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regulamenta os procedimentos que as cias aéreas devem seguir em casos de atraso ou cancelamento de voo:
- A partir de 1 hora: comunicação (internet, telefonemas, etc).
- A partir de 2 horas: alimentação (voucher, lanche, bebidas, etc).
- A partir de 4 horas: acomodação ou hospedagem (se for o caso) e transporte do aeroporto ao local de acomodação. Se você estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e desta para o aeroporto.
Resumindo: passamos muitas horas no aeroporto depois de 10 horas de viagem dentro do avião! Passeamos pelo aeroporto, sentamos, passeamos de novo, comemos, passeamos de novo… Apesar do cansaço, as crianças se saíram muito bem. Desde o princípio conversamos e explicamos o que estava acontecendo. A conversa é importante para lidar com expectativa x frustração. Celulares, tablets, brinquedinhos e livros de colorir que eu havia levado para o avião foram essenciais para passar o tempo.
Além dos vouchers de alimentação, existem outras alternativas a recorrer para tornar essa espera menos chata. São as salas VIPs ou os hotéis localizados dentro de alguns aeroportos!
Sala VIP
Dentro de muitos aeroportos existem as salas VIPs, que são lounges criados pelas companhias aéreas ou por programas de cartão de crédito para oferecer mais conforto para os seus passageiros na espera. Geralmente são oferecidas para quem voa na classe executiva e primeira classe ou ainda portadores de determinados cartões (o que não era o nosso caso rs).
A maioria das salas VIPs oferecem comidinhas, bebidas e em algumas até espaço com cama. Também é possível pagar para ficar em uma destas salas. No aeroporto de Houston fomos procurar a Centurion Loung. Como não éramos clientes de determinado cartão de crédito, o nosso acesso só seria permitido mediante o pagamento de US$ 50 por pessoa. Isso sairia R$ 800 no total para uma viagem que mal tinha começado. Respiramos fundo e decidimos encarar as 12 horas no saguão do aeroporto. Quem já assistiu o filme O Terminal? Então (rs)…
Hotel dentro do aeroporto
Assim como as salas VIPs, muitos aeroportos possuem hotéis no mesmo prédio. No nosso retorno de Vancouver, no Canadá, ao Brasil, tínhamos uma conexão em Chicago, nos EUA. Mais uma vez tínhamos um intervalo de 12 horas entre um vôo e outro. A diferença é que esse longo período de conexão já era sabido e estava em nossos planos. Na hora de comprar as passagens, fizemos as contas e a nossa hospedagem no Hilton Chicago O’Hare Airport entre um voo e outro ficaria mais em conta do que se a gente pegasse uma conexão mais curta.
Foi a primeira experiência em um hotel de aeroporto e, por ser uma viagem cansativa, com voos longos e conexão com crianças, achei a hospedagem uma excelente alternativa.
Então a lição que fica na hora de planejar uma viagem com conexão é:
- Não arrisque pegar uma conexão com menos de 3 horas de intervalo. Eu sugiro 4 horas;
- No aeroporto é importante checar se na conexão será necessário pegar as malas e despachá-las novamente ou se as malas vão direto para o destino final;
- Tenha sempre uma mala de mão com trocas de roupas e itens pessoais;
- Caso perca a conexão, questione seus direitos na cia aérea (vale alimentação ou até hospedagem);
- Se o bolso permitir, procure uma sala VIP (ou hotel dentro do aeroporto) para descansar;
- Em uma conexão longa, sair do aeroporto para conhecer a cidade é uma possibilidade. Mas planeje-se muito bem em relação ao horário (tenha, pelo menos 8 horas livres). E não deixe de se certificar se o seu visto (em caso de conexões internacionais) permite a saída.