Trekking até a base das Torres del Paine é experiência inesquecível

Fazer o trekking até a base das Torres del Paine sempre esteve na minha lista de desejos. Depois de ver tantas fotos das famosas torres de granito cercadas por aquele lago azul-esverdeado, eu sabia que mais cedo ou mais tarde estaria ali, diante delas. E foi exatamente isso que aconteceu em março último, numa viagem que me marcou profundamente –tanto pelo desafio físico quanto pela beleza avassaladora da Patagônia chilena.

Viajei a convite do Hotel Las Torres (falo aqui da minha experiência no hotel), que fica dentro do Parque Nacional Torres del Paine, e posso dizer sem exagero: foi a melhor experiência. Além da localização privilegiada (literalmente aos pés da trilha que leva até as torres), o hotel oferece a opção de fazer o trekking com guias experientes. E isso fez toda a diferença.

Começamos cedo, por volta das 7h, depois de um café da manhã reforçado no hotel. Nossa guia Michelle Patiño, super simpática e com um conhecimento impressionante da região, nos reuniu no lobby, passou algumas instruções e partimos, alí do hotel mesmo. O grupo era pequeno, o que deixou o ritmo mais personalizado e o passeio mais tranquilo.

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A trilha é desafiadora: são cerca de 20 km ida e volta, com subidas intensas, travessia de pontes e um trecho final conhecido como “La Morrena”, que exige bastante das pernas e do fôlego. Mas a cada passo, a paisagem recompensava: vales, rios de degelo, pedras, muitas pedras e montanhas nevadas. A guia ia nos explicando sobre a flora, a geologia do parque, a história das Torres… uma verdadeira aula a céu aberto.

Chegando à base das Torres del Paine

O momento mais emocionante foi quando, depois de quase cinco horas de caminhada, chegamos ao mirante. De repente, elas estavam ali – as três torres imensas, imponentes, refletidas naquele lago glacial surreal. É difícil descrever o que senti. Um misto de conquista, emoção, gratidão. Fiquei em silêncio por alguns minutos só observando, tentando absorver cada detalhe.

Tivemos tempo para descansar, fazer um lanche rápido (o hotel prepara uma “lunch box” ótima –carne, biscoito de nozes e uma laranja) e tirar muitas fotos. A guia Michelle, inclusive, nos ajudou com os melhores ângulos.

A volta foi mais rápida, mas cansativa. E meus joelhos sofreram com o peso do corpo na descida em meio a cascalhos e pedras maiores. Ainda assim, a sensação de dever cumprido e o acolhimento na chegada ao hotel –com direito a um pisco sour no bar e uma refeição quente– completaram a experiência com chave de ouro.

Se eu faria de novo? Sem pensar duas vezes. Fazer o trekking com o suporte do Hotel Las Torres foi essencial para me sentir seguro, bem orientado e ainda aproveitar muito mais a trilha. Recomendo para qualquer pessoa que queira viver uma das experiências mais autênticas e inesquecíveis da Patagônia chilena.

*Texto por André Rezende Calado, do blog Entre Tragos e Viagens