Argentino Tec apresenta mostra ‘Rock & Drones’ na Choque Cultural

Até de de
Domingo – Terça – Quarta – Quinta – Sexta – Sábado
– Terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Preço: Gratis
Local: Choque Cultural
Choque Cultural – Rua Medeiros de Albuquerque – Vila Madalena, São Paulo – State of São Paulo, Brazil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/
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O caos de uma megalópole como São Paulo emaranhado a imagens e grafismos coloridos. Obras com tom urbano que usam a perspectiva à distância e combinam técnicas de desenho e tecnologia. Esse é o norte de Rock & Drones, exposição individual que o artista argentino Tec apresenta na Choque Cultural, entre 25 de agosto e 6 de outubro.

Com curadoria de Baixo Ribeiro e Laura Rago, a mostra apresenta um recorte da produção mais recente do artista, que toma sua relação com o mundo que o cerca como inspiração para suas criações. No conjunto, cerca de 15 obras inéditas, entre telas, fotografias e vídeos que mesclam arte de rua e tecnologia. A visitação de pode ser feita de terça-feira a sábado, das 12h às 19h, com entrada gratuita.

The Edge, 2017 | Tec
Créditos: Divulgação
The Edge, 2017 | Tec

“As telas de Rock & Drones são rebuscadas e complexas, com menos definição entre o que está em primeiro plano e o que está no fundo. Proporcionam um trânsito do nosso olhar pela superfície e também pelas profundezas de camadas que se entrelaçam, amarradas por ruas, viadutos e becos sem saída”, pontua Baixo Ribeiro.

Natural de Córdoba, Tec vive em São Paulo há sete anos. Seu trabalho carrega a vantagem do olhar múltiplo de quem está dentro e fora num instante único. Já há algum tempo, é o ritmo da capital paulista que dá o tom de suas criações.

No te olvides del Diesel, 2018 | Tec
Créditos: Divulagação
No te olvides del Diesel, 2018 | Tec

Com as telas apresentadas em Rock & Drones não é diferente. O cotidiano do bairro onde está instalado seu ateliê, a Barra Funda, surge nesses trabalhos mais recentes, em uma figuração tão caótica quanto o dia a dia da metrópole, numa combinação – nem sempre orgânica – de cenas, objetos e cores diversas.

Em “Travessa Camaragibe“, por exemplo, um sujeito dorme sobre o balcão de um bar. Ao seu lado, garrafas de cerveja e copos americanos, “o copinho típico do Brasil”, nas palavras do artista. Já em “Black Friday”, o retrato de uma barraca de peixes. Pessoas, vozes e ofertas se sobrepõem umas às outras, dando ao observador a sensação de estar em meio a uma feira livre. O samba descompromissado e o churrasquinho que tomam as calçadas do bairro também aparecem em “Meu único herói nessa bagunça”.

Red Smoke, 2018 | Tec
Créditos: Divulgação
Red Smoke, 2018 | Tec

“São Paulo é uma cidade gigantesca que abriga em si vários mundos. Nesta individual, levo para as telas toda a minha vivência de bairro”, diz Tec. Neste movimento, o artista toma como ponto de partida o micro – as relações e interações que estabelece com os que estão ao seu redor.

Grafite e tecnologia

O artista inovou e ampliou o cenário da arte urbana com seus desenhos gigantes pintados no asfalto das ladeiras de São Paulo, fazendo uso da perspectiva à distância. Usando o piso como suporte para seus grafites, incorporou o drone como ferramenta para a sua produção em espaços públicos de superfície plana. Séries de vídeos-drones foram criadas a partir de figuras pensadas, especialmente, para essa técnica.

Na exposição, o artista apresenta um vídeo-drone inédito, concebido a partir de uma de suas intervenções na cidade, e um stop motion, também fotografado por uma aeronave não tripulada. Mapeando a sua produção, num diálogo entre o representado e o representante, o artista expõe ainda um conjunto de fotografias, registros de seus trabalhos de rua.

“No conjunto de sua obra, seja nas telas, nos vídeos-drone ou mesmo nos murais, Tec nos conduz a pensar nas sobreposições de camadas e na percepção sequencial de sistemas de níveis. Seus trabalhos reverberam e reafirmam sua relação com a cidade, convidando o espectador a uma interação pela transgressão de escalas, do micro (in) para o macro (out)“, afirma Laura Rago.