Histórias de mulheres viram espetáculo potente no Sesc Pompeia

30/01/2019 12:47

Os cinco mini monólogos de Maureen Lipman trazem, em comum, mulheres estendidas em sua existência. Cinco textos da autora Maureen foram selecionados para uma encenação performática, em que a composição com a trilha sonora e iluminação manifestam-se para que a figura inanimada da atriz se projete de forma espetacular, impulsionando a ampliação de sentidos do público e trazendo à tona contradições sensoriais.

A temporada de Ossada acontece de 10 de janeiro a 3 de fevereiro de 2019, no Espaço Cênico, do Sesc Pompeia. Os ingressos custam at’e R$ 20 e podem ser comprados a bilheteria de qualquer uma das unidades.

Ossada está em cartaz no Sesc Pompeia
Ossada está em cartaz no Sesc Pompeia - João Caldas

A peça, que é inspirada nos textos de Maureen Lipman, Wislawa Szymborska e Laurie Anderson, tem dramaturgia assinada por Elzemann Neves, Ester Laccava e João Wady Cury; e traz nela situações cotidianas de cinco mulheres: um pai em coma, o casamento de um filho, uma entrevista para a TV, os abusos familiares e um cigarro que nunca acende. Os monólogos têm em comum a figura da mulher “esgarçada” em sua existência. Personagens que desafinam diante das regras sociais e acabam “vazando”, deixando transparecer o animal indomesticável que habita em nós.

A mulher como sujeito, a mulher como objeto, a mulher […]. O universo das mulheres retratadas nos textos de Maureen Lipman, atriz e escritora britânica, ganha aqui a companhia de outras duas mulheres: a poetisa Wislawa Szymborska, polonesa ganhadora do Nobel em 2006, e Laurie Anderson, cantora, performer e artista plástica.

 Ester Laccava interpreta 5 mulheres em diferentes histórias
 Ester Laccava interpreta 5 mulheres em diferentes histórias - João Caldas

A dramaturgia de “Ossada” funde os escritos dessas mulheres num contexto que coloca em debate a trajetória do mundo enquanto humanidade, ou melhor, a capacidade do indivíduo em compreender a humanidade por um viés de fato humanístico.

Para trazer um frescor na linguagem e sensibilizar o espectador, que é convidado a questionar algumas constatações e crenças que já não fazem tanto sentido nos dias de hoje, a atriz cunha o termo de “teatro instalação performático libertário”, como direcionamento desse projeto. “A missão é provocar o público, revelando que ainda é possível fazer as pontes emocionais e afetivas no mundo globalizado”, destaca Laccava.