Peça ‘Sertão Sem Fim’ enaltece a força feminina nesse ambiente

Espetáculo foi construído a partir de relatos de mulheres que habitam o sertão nordestino. Saiba tudo:

Até 11 de abril de 2021

Sexta - Sábado - Domingo

21h

Após uma temporada presencial no Teatro Sérgio Cardoso (SP), o espetáculo “Sertão Sem Fim” ganha apresentações virtuais e gratuitas entre 2 e 11 de abril, às sextas, sábados e domingos, a partir das 21h, pelo YouTube @MoviCenaProduções.

Espetáculo interioriza o sertão, buscando romper com os clichês associados a esse ambiente
Créditos: Keiny Andrade/ divulgação
Espetáculo interioriza o sertão, buscando romper com os clichês associados a esse ambiente

Bem recebida pela crítica, a peça nasceu de um processo bem íntimo da atriz Tertulina Alves, que embarcou em uma viagem ao passado com a missão de refletir sobre a condição feminina no sertão nordestino. Em 2018, ela voltou à cidade de Macaúbas (BA), onde passou parte da infância, para conversar com as moradoras da região.

Essas histórias inspiraram o dramaturgo Rudinei Borges dos Santos a criar a personagem Bastia, cujo marido vaqueiro é assassinado por fazendeiros da área. Tudo porque o casal adquiriu um rebanho de 60 cabeças de gado em um período de estiagem. Assim, de luto e montada em um cavalo, ela percorre aquele território com o corpo do falecido, em busca de justiça.

Texto poético reflete sobre a presença feminina no sertão
Créditos: Keiny Andrade/ divulgação
Texto poético reflete sobre a presença feminina no sertão

Os relatos que mais contribuíram para o texto foram os da avó de Tertulina, Maria Tertulina, que migrou para SP e foi encontrada recém-nascida em um curral dentro de um cesto de palha; os de Maria Izabel, conhecida até hoje, com mais de 80 anos, como a Rainha das Cavalgadas; e os da própria Tertulina Alves, cuja infância na região foi marcada por um período de forte seca.

Trata-se de uma experiência sensorial dirigida por Donizeti Mazonas. Além da questão da aridez, o espetáculo remete a outros aspectos da vida no sertão, como as desigualdades, as injustiças e a dificuldade de construir seu próprio espaço no mundo. Nesse sentido, é como se Bastia fosse uma alegoria desse ambiente.

Tertulina Alves fez uma viagem ao passado para coletar material para “Sertão sem fim”
Créditos: Keiny Andrade/ divulgação
Tertulina Alves fez uma viagem ao passado para coletar material para “Sertão sem fim”

A construção da cenografia foi enxuta. O artista plástico Eliseu Weide escolheu poucos elementos para compor o palco, de maneira que o público sentisse toda a vastidão e a multiplicidade do sertão. Sem explorar os clichês associados a esse lugar.

A verba arrecadada com as sessões do Teatro Sérgio Cardoso foi direcionada para a ONG Casa de Isabel, que é um centro de apoio à mulher, à criança e ao adolescente vítimas de violência doméstica e em situação de risco, localizado na zona leste da capital, no bairro Itaim Paulista.

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