Dove cria guia para programar cabelos afro texturizados em games

Projeto é exemplo de como pensar o ESG de forma diferente para gerar grande impacto

Beatriz Guedes
Dove cria guia para programar cabelos afro texturizados em games
Créditos: Divulgação/Dove e Open Source Afro Hair Library
Dove cria guia para programar cabelos afro texturizados em games

A Dove, empresa de beleza e higiene, anunciou o lançamento do Code My Crown, guia gratuito para programar cabelos afros texturizados em games. O projeto é uma parceria com a Open Source Afro Hair Library, foi criado por artistas negros e dá instruções de como codificar representações mais diversas e realistas de penteados negros em 3D, para trazer mais representatividade em jogos virtuais.

Para concretizar essa iniciativa, a Dove e a Open Source Afro Hair Library uniram forças com especialistas em cabelos naturais, identificando os principais penteados texturizados que encontram-se ausentes ou sub representados nos jogos. Posteriormente, formou-se uma equipe composta por artistas, animadores, programadores e modeladores 3D de origem negra de diversas partes do mundo, resultando na criação de 15 modelos de cabelos originais. Estes modelos servem como base para a geração de centenas de variações virtuais de penteados.

Esta ação exemplifica de maneira prática como a abordagem ESG pode transcender os parâmetros convencionais. Segundo dados da pesquisa Game Brasil (PGB), 74,5% dos brasileiros consomem jogos eletrônicos. Dessa forma, torna-se importante que haja representatividade em todas as suas formas nesse meio de entretenimento, especialmente considerando que muitas crianças e adolescentes, em pleno desenvolvimento, são ávidos consumidores desses jogos.

Ao explorar um mercado nem sempre devidamente abordado, as empresas têm a oportunidade única de provocar transformações sociais significativas. Isso é possível ao utilizar elementos aparentemente simples, como é o caso da representação capilar em jogos, mas que efetivamente impactam positivamente a vida das pessoas.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira em 2022 se autodeclarou como preta ou parda. Diante desse cenário, torna-se crucial que as marcas adotem medidas práticas para combater o racismo e as práticas que obstaculizam a representatividade desses grupos.

Além disso, é essencial contar com profissionais capacitados para assegurar a implementação responsável dessas ações, garantindo que as mudanças sejam genuínas e promovam impactos positivos não apenas para a marca, mas sobretudo para a sociedade.

Conheça mais sobre o Code My Crown: