Ajude uma mãe: campanhas apoiam mulheres durante pandemia

Projetos levam renda e doações de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade social; veja como colaborar

06/05/2020 17:49 / Atualizado em 11/05/2020 10:43

As mulheres são responsáveis pela renda de grande parte dos lares nas favelas
As mulheres são responsáveis pela renda de grande parte dos lares nas favelas - Reprodução / Cufa

As mulheres, e mães, são as mais prejudicadas pela pandemia do novo coronavírus. Além de parte delas ser profissional da saúde, muitas também são responsáveis pela renda familiar e acabam cuidando sozinhas de filhos, pais e demais parentes.

No caso das favelas, a situação se torna ainda mais complicada, pois os lares são chefiados por 49% de mulheres e 47% são autônomas, grupo mais prejudicado pela crise.

Uma pesquisa feita pelo Data Favela e pelo Instituto Locomotiva mostra que são cerca de 5,2 milhões de mães nas comunidades do Brasil. Deste número, 72% afirmam que a alimentação da família ficará prejudicada pela ausência de trabalho e 92% dizem que terão dificuldade para comprar comida após um mês sem dinheiro.

Por isso, neste período de quarentena, a solidariedade é essencial para auxiliar quem mais precisa. A Catraca Livre selecionou quatro projetos para você ajudar mães em situação de vulnerabilidade social. Confira as iniciativas abaixo e veja como doar!

Mães da Favela

A campanha Mães da Favela, realizada pela Central Única das Favelas (Cufa), tem como objetivo levar renda básica a milhares de mães moradoras de comunidades de todo o país, afetadas pela pandemia.

As doações podem ser feitas pelo site oficial do programa ou pelo aplicativo PicPay por meio da Cufa. A organização irá transferir o valor do benefício, de R$ 120, para todas as mães cadastradas durante dois meses.

Saiba mais:

Fundo para mães e trabalhadoras informais 

Voluntários do Cursinho Popular Chance, da favela de Paraisópolis, em São Paulo, criaram uma vaquinha online para coletar doações e ajudar cada mulher com uma renda básica de R$ 400. A iniciativa surgiu quando o grupo acompanhou mães dos alunos, de funcionários e colaboradores depois do início da pandemia.

“Com a covid-19, milhões de mulheres perderam seus empregos e estão sem renda para sustentar suas famílias. Marias diaristas, vendedoras autônomas pelas ruas, mães solteiras, mantenedoras da casa. Especialmente negras. Marias fortes e guerreiras, Marias como eu e você”, diz o texto da campanha.

Se você quiser ajudar, basta clicar aqui.

A campanha foi criada pelo Cursinho Popular Chance, de Paraisópolis
A campanha foi criada pelo Cursinho Popular Chance, de Paraisópolis - Reprodução

Segura a curva das mães

Já o movimento Segura a Curva das Mães foi idealizado para identificar mães em situação de vulnerabilidade, causada ou agravada pela pandemia do novo coronavírus, para, então, garantir apoio emergencial a este grupo. A organização do projeto é do Instituto Casa Mãe e do Coletivo MASSA.

Até o momento, a campanha já mapeou mais de 700 mulheres mães por todo o país, responsáveis por crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Com o dinheiro arrecadado, a ação já atendeu mais de 100 mães, com o apoio financeiro no valor de R$ 150. Colabore aqui!

Impactando Vidas Pretas

No Brasil, o impacto da covid-19 tem sido ainda maior para famílias vulneráveis. A crise agravou a situação da comunidade negra, que encabeça a lista dos desempregados e dos que vivem abaixo da linha da miséria. Por isso, é necessário fazer um recorte social e racial na hora de criar políticas públicas em um país tão desigual.

O Impactando Vidas Pretas é uma campanha de caráter emergencial para atender, preferencialmente, famílias negras lideradas por mães solos e afroempreendedores. A ideia do projeto é promover a transferência de renda, buscando auxiliar pessoas que estão desassistidas historicamente.

“Cesta básica ajuda, mas é, de novo, o asfalto dizendo para a favela o que ela tem direito a consumir. Mais efetivo seria transferir renda diretamente para que os moradores de favelas comprassem o que precisam”, afirma Renato Meirelles.

Veja como apoiar a ação neste link.