Anitta é cobrada em show sobre Bolsonaro e desabafa
As eleições ainda perseguem Anitta. A cantora foi cobrada em show, nesta sexta-feira, 21, por seu público, para que carregasse a bandeira do movimento #EleNão e aderisse à hashtag.
“Assim como vocês, eu sou humana e tenho momentos difíceis na minha vida. E nem sempre a gente está preparado. O posicionamento não significa uma hashtag. O posicionamento significa toda uma vida que a gente trabalha e a gente faz. As nossas atitudes falam muito mais do que qualquer coisa que a gente possa dizer, postar”, disse.
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Anitta já tinha deixado claro que não apoia o candidato Jair Bolsonaro. Ao falar sobre o uso de sua imagem em campanhas de políticos, ela afirmou que não vota em candidatos “machistas” e “homofóbicos”.
Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram, a funkeira repudiou que postulantes a cargos públicos, independentemente da legenda e ideologia, utilizem seu nome para angariar votos sem seu consentimento ou autorização.
“Eu vim aqui mais uma vez para falar sobre eleições. Estão usando meu nome para travar campanhas e discursos políticos do qual eu não faço parte. Ontem eu me pronunciei pelas redes sociais dizendo claramente quem sou eu e no que eu acredito”, iniciou a cantora.
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“Eu disse que não voto em candidato machista, homofóbico, racista e por aí vai. A gente vive numa democracia, eu respeito a escolha de voto de todo mundo, mas eu não vou participar de jogo político e não quero ter minha imagem atrelada a isso. Por isso eu dispenso qualquer mensagem de apoio a candidatos ou afiliados aqui no meu pronunciamento”, concluiu a artista.
https://www.instagram.com/p/Bn9USlMAzM0/?taken-by=anitta
A manifestação de Anitta foi dado horas depois de Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável Jair Bolsonaro, usar o nome da cantora em um vídeo como forma de promoção da candidatura do deputado.
“Há uma perseguição covarde a artistas que se posicionam publicamente a favor de Bolsonaro”, disse Flávio, que também é político e concorre ao senado pelo Rio de Janeiro.
Entenda a polêmica
Movimentos LGBTs tinham se posicionado contrários à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República. Conhecido por suas falas homofóbicas e ojeriza à comunidade arco-íris, ativistas e militantes veem no político do PSL uma pessoa intransigente às necessidades do movimento, como a garantia de direitos.
Desde então, os militantes têm cobrado posicionamentos de artistas considerados LGBTs ou simpatizantes da causa, que faturam milhões com o “pink money” para que se manifestem contrários ao deputado.
Diversos famosos que não necessariamente são “divas gays”, como Bruna Marquezine, Sasha, Bruna Linzmeyer [lésbica assumida], Leandra Leal, entre outros, endossaram a campanha “Ele Não”.
Ao ser cobrada pelos fãs, Anitta manteve-se silente sobre o assunto, até que um hashtag com seu nome chegou ao topo dos assuntos mais comentados no Twitter Brasil na última quarta-feira, 19.
Sentindo-se obrigada a dar qualquer opinião que fosse, a cantora disse, através do stories de sua conta no Instagram, que não tornaria público seu voto e ressaltou que já tem um candidato, mas reserva-se ao direito de não revelá-lo, fazendo uso da premissa de que o voto é secreto.
Diante do impasse, os fãs de Anitta ressaltaram que eles não pediram para ela tornar pública sua escolha para presidente, ou seja, em quem ela votará nas urnas no próximo dia 07 de outubro. Segundo salientaram, eles pedem para que ela, como uma “diva gay que lucra milhões com o pink money” se posicione contrária apenas a Jair Bolsonaro que, como já foi dito, é famoso por suas intervenções homofóbicas.
Em entrevistas anteriores, Bolsonaro chegou a afirmar que se um pai, ao perceber que o filho tem “tendência” a ser gay, é só dar um “coro” [surra] que ele “se endireita”. Ainda, o deputado também já disse que seria incapaz de amar um filho homossexual, mas que ele jamais teria um filho LGBT porque ele soube “educar” seus herdeiros.
Em seu Twitter, Anitta declarou que “é totalmente incoerente dizer que” ela apoia “a morte à comunidade LGBTQ+ quando eu faço parte dela”. “Estaria apoiando minha própria morte”, afirmou a funkeira, que disse, também, embora sem citar nomes, que não votaria em candidatos “machistas” e “homofóbicos”.