Avaliação do paulistano sobre trânsito e transporte piora em 2017
A Rede Nossa São Paulo e o Cidade dos Sonhos lançaram nesta quarta-feira, dia 20, a 11ª edição da Pesquisa de Mobilidade Urbana
O nível de satisfação dos paulistanos em relação ao trânsito e ao transporte público na capital piorou em 2017, de acordo com a Pesquisa de Mobilidade Urbana, realizada pela Rede Nossa São Paulo e o Cidade dos Sonhos. O resultado deste ano contrariou uma tendência de melhora que vinha sendo registrada desde 2008.
O estudo, divulgado nesta quarta-feira, dia 20, mostra que houve queda em todas as notas atribuídas pela população nos 11 itens avaliados. A situação do trânsito recebeu a pior nota: caiu de 3,2 para 2,7 – em uma escala de 1 (péssimo) a 10 (ótimo) –, enquanto que, no caso das faixas de pedestres, para 42% das pessoas elas estão sendo menos respeitadas.
Embora seja o meio de transporte mais usado na cidade, os ônibus municipais tiveram baixa aprovação. Todos os itens analisados nesse serviço ficaram abaixo da média, com notas que variam de 2,6 (para segurança com relação a assédio sexual) a 4,1 (tempo de duração da viagem).
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Ônibus
Os paulistanos avaliam como os principais problemas dos ônibus municipais a lotação (23%), o preço da tarifa (20%), a segurança com relação a furtos e roubos (11%), a frequência do ônibus (9%), a segurança com relação ao assédio e à pontualidade dos ônibus (ambos com 7% das citações).
O percentual de usuários de ônibus poderia ser ainda maior se o transporte público fosse de melhor qualidade: 80% das pessoas responderam que “com certeza” ou “provavelmente” deixariam de utilizar o carro se tivessem “melhor alternativas de transporte”. O número supera o da pesquisa anterior, que estava em 74%. Os que “não deixariam” de usar o carro mesmo com uma boa alternativa de transporte caíram de 18% para 9%.
Já 87% são favoráveis à implementação ou ampliação de corredores e faixas exclusivas de ônibus – entre os usuários de carro, o percentual é um pouco menor, 82%. A abertura eventual de ruas para o lazer de pedestres e ciclistas, como acontece na Avenida Paulista, tem o apoio de 74% dos entrevistados e 71% são a favor da ampliação e construção de ciclovias e ciclofaixas – entre os usuários de carro, os apoiadores são 67%.
Bicicletas
A segurança é também o principal entrave à adesão da bicicleta: 58% se sentem pouco ou nada seguros ao utilizar as ciclovias ou ciclofaixas de São Paulo e 33% nunca utilizaram esses espaços. Entre os aspectos que mais afetam a vontade de usar as ciclovias e ciclofaixas estão os roubos e furtos, e o desrespeito dos motoristas (31% e 20%, respectivamente, sempre considerando a soma das menções).
Velocidade das marginais
A respeito do aumento das velocidades máximas nas marginais, 56% dos entrevistados são favoráveis e 38% são contra. No entanto, 40% acreditam que a medida contribui muito para os acidentes de trânsito envolvendo motoristas e motociclistas; 37%, para os atropelamentos de pedestres e ciclistas; e outros 37%, para as mortes no trânsito.
Poluição e saúde
Segundo o estudo, 59% das pessoas afirmam que tiveram problemas de saúde (ou alguém da sua casa) relacionados à poluição do ar. No ano passado, eram 64%.
Além disso, a “saúde” continua em primeiro lugar desde 2008 como a “a área mais problemática da cidade”, com 71% de menções (no ano passado foram 58% do total de menções). Em segundo lugar, “segurança pública” tem 45% das menções, “educação” (44%), “desemprego” (42%) e, em outro patamar, “transporte coletivo” (24%) e “trânsito” (17%).
A pesquisa
Realizada desde 2007 em parceria com o Ibope Inteligência, a Pesquisa de Mobilidade Urbana revela a percepção da população em relação ao trânsito e ao transporte público na cidade de São Paulo.
Entre as novidades desta 11ª edição da pesquisa estão perguntas relacionadas ao assédio sexual no transporte público e à privatização do Bilhete Único.
O estudo foi realizado entre os dias 27 de agosto e 11 de setembro com 1.603 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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