Com surto de coronavírus, funerárias registram aumento de 20% no serviço em SP

Relatos de agentes e diretores funerários em São Paulo indicam aumento de 10% a 20% na quantidade de óbitos desde que a pandemia de coronavírus chegou ao país.

Responsáveis pelo sepultamento das vítimas, os profissionais da área são testemunhas do triste desfecho da doença vivido nos cemitérios de todo o país.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Lourival Panhozzi, presidente do Sefesp (Sindicato das Empresas Funerárias do Estado de São Paulo), conta que, antes da proliferação da doença, realizava em média 20 sepultamentos.

Nas últimas semanas, entretanto, o número chegou a 30 sepultamentos.  “O impacto maior que estamos vivendo ainda é a questão do medo. Muitos profissionais têm receio de contaminação, principalmente por causa da família”, afirmou. “Já atuamos em um setor que sofre preconceito e discriminação. Agora, ainda convivemos de perto com a preocupação do contágio”, disse.

Cemitério da Consolação em São Paulo – Divulgação/Secom Prefeitura de São Paulo

Apesar disso, Panhozzi analisa que o aumento não é realidade do mercado e lembra a diminuição do casos de acidentes e outros casos de óbitos. “Esse impacto na nossa atividade ainda não é tão grande porque tivemos menos acidentes e menos cirurgias. A elevação do coronavírus acaba se equilibrando com a queda em outras ocorrências”, afirmou.

Contratações e investimento no setor

Na última segunda-feira, 30, a Prefeitura de São Paulo anunciou nova frota de veículos para o transporte de corpos. De 36, agora a cidade contará com 56 automóveis destinados ao serviço funerário. Desses, dez serão utilizados especificamente para o transporte de vítimas ou suspeitas da covid-19.

Além disso, com o afastamento de 60% do contingente de coveiros (aqueles com 60 anos ou mais), a prefeitura anunciou a contratação de novos trabalhadores para a função. Com isso, uma empresa privada assegurou a contratação de 220 novos profissionais temporários.