Engenheiro usa impressora 3D para produzir máscaras a hospitais
Guilherme de Araujo decidiu utilizar um equipamento que tem em casa para ajudar profissionais da saúde, que estão na linha de frente do combate à covid-19
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a população tem ajudado como pode para apoiar os profissionais da saúde. A falta de equipamentos essenciais fez com que “makers” de diversos países se organizassem para reunir ferramentas e habilidades para produzir esses materiais, como máscaras e respiradores.
Em São Paulo, o engenheiro mecânico Guilherme Custodio de Araujo é um exemplo disso. Ele decidiu usar uma impressora 3D portátil, que tem em sua casa, para confecionar máscaras e doar a hospitais. Nesta primeira fase, ele produziu 30 itens e entregou ao Hospital São Paulo, na Vila Mariana, zona sul da capital paulista.
Em entrevista à Catraca Livre, Guilherme conta que trabalha na área de tecnologia há 10 anos e sempre procurou ter contato com ações que envolvessem o auxílio da engenharia para causas sociais. Com o passar dos anos, adquiriu uma impressora 3D portátil, com o objetivo de trazer para a realidade alguns projetos que desenvolvia.
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Nesse processo, o engenheiro começou a entrar em grupos de profissionais que atuam com impressão 3D e estabelecer grandes laços de amizade. “No começo de março de 2020, com o avanço mundial da covid-19, muitos desses usuários começaram a criar projetos que envolvessem a utilização da impressora 3d para auxiliar de alguma forma, desde ideias mais avançadas, como componentes para respiradores, até mais simples, como as máscaras”, conta.
Como o modelo de máscaras que muitos estão usando é open source (de código aberto), qualquer um que tem uma impressora desse tipo pode baixá-lo e fabricá-lo. “Dei início a minha inciativa quando vi, por meio do modelo das máscaras, uma maneira prática e rápida na qual poderia ajudar de alguma forma os profissionais envolvidos no combate à covid-19.”
De acordo com o engenheiro, o processo de produção de cada máscara demora cerca de 4 horas, pois são aproximadamente 3 horas para imprimir as peças e depois mais 1 hora para a montagem final do restante dos componentes. Confira no vídeo abaixo:
A meta de Guilherme é produzir 100 máscaras no total. Após a entrega no Hospital São Paulo, mais 30 delas serão doadas ao Hospital Nove de Julho. Em breve, as demais deverão chegar nas mãos de outros profissionais que atuam na batalha contra a doença, como auxiliares de limpeza hospitalares. Todo o projeto está sendo 100% financiado por ele, desde a compra dos materiais até os gastos com logística e energia.
Para o responsável pela iniciativa, os médicos e demais profissionais da saúde precisam de toda ajuda possível neste momento. “A entrega das máscaras foi rodeada de muita emoção, por ambas as partes. Realmente, é um sentimento muito forte e gratificante”, diz.
“A quantia de 100 máscaras é pequena perante a grandeza do problema, mas é algo de coração que sei que será de grande valia para os que irão usá-las”, finaliza.