Fake news de Bolsonaro podem ter alterado resultado das eleições
Compartilhamento de notícias falsas contra adversários de Bolsonaro podem ter alterado o curso das eleições ainda no 1º turno, apontou diretor do Datafolha
A informação do jornal Folha de S.Paulo que denunciou um esquema bancado por empresários de forma ilegal para disparar campanhas anti-PT através do aplicativo WhatsApp, pode provocar uma reviravolta nas eleições do país. A prática, aliás, pode ter interferido no resultado dos pleitos em suas diversas instâncias ainda no primeiro turno, conforme apontou o diretor do Datafolha, Mauro Paulino.
Em sua conta no Twitter, Paulino compartilhou a matéria da Folha e fez algumas ponderações sobre candidatos que durante as pesquisas sequer apareciam entre os primeiros colocados, mas que no dia da votação acabaram indo para o segundo, a exemplo dos postulante ao governo de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
Segundo o jornal, eleitores mineiros receberam mensagens em WhatsApp vinculando o voto em Zema ao voto em Jair Bolsonaro dias antes do primeiro turno.
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“Pesquisas eleitorais evidenciaram a impulsão da onda nos momentos finais. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, são claros exemplos. Ao se comparar as fotos das vésperas, registradas por Ibope e Datafolha, em comparação com a foto das urnas, o fenômeno é claramente explicitado”, escreveu o diretor.
Em outra postagem, Paulino diz que “pelo bem da informação, as pesquisas evidenciaram os movimentos de última hora da opinião pública. É apenas uma constatação técnica e factual, sem inferências”.
Entenda
De acordo com a Folha, um grupo de empresários, entre eles Luciano Hang, dono da Havan que foi notificado pelo Ministério Público do Trabalho por aparecer em vídeo tentando induzir seus funcionários a votarem em Jair Bolsonaro, estariam agindo nos bastidores para disparar uma verdadeira avalanche de notícias falsas contra Fernando Haddad, uma semana antes da votação do segundo turno que acontecerá no domingo, 28, a fim de prejudicar a imagem do petista e favorecer seu adversário direto, que, no caso, é Bolsonaro.
A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. Algo similar à caixa 2, por exemplo.
Após a veiculação dos fatos, Fernando Haddad se manifestou via redes sociais, afirmando que acionará a Justiça, a fim de que as medidas cabíveis sejam tomadas. Conforme o presidenciável pelo PT, ele e Ciro Gomes (PDT) é quem deveriam estar disputando o segundo turno.
“O meu adversário, Jair Bolsonaro, deputado federal há 28 anos, criou uma organização criminosa de empresários que, mediante caixa dois, dinheiro sujo, está patrocinando mensagens pelo WhatsApp mentirosas”.
“Nós vamos pedir providências para a Justiça Eleitoral, para a Polícia Federal pra que esses empresários corruptos sejam imediatamente presos para parar com essas mensagens de WhatsApp. Já tem nome de empresário, já tem nome de empresa, já tem contrato, valor pago mediante caixa dois, o que é crime eleitoral”, completou Haddad.