Fumaça do Pantanal faz avião de Bolsonaro arremeter em MT
Em discurso a ruralista em Sinop, presidente voltou a minimizar as queimadas que devastam o Pantanal
A fumaça das queimadas do Pantanal fez o avião que levava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) arremeter ao se aproximar do aeroporto de Sinop (MT). “pois a visibilidade “não estava muito boa“.
“Hoje quando o avião foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a 2ª vez na minha vida que acontece isso, uma vez foi no Rio de Janeiro, e obviamente, algo anormal está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa”, disse Bolsonaro ao desembarcar.
Queimadas no Pantanal: entenda o tamanho da devastação do bioma
Segundo o aeroporto de Sinop, havia fumaça no momento do pouso e o piloto do avião da FAB (Força Aérea Brasileira) não tinha 100% de visibilidade da pista. O pouso ocorreu normalmente na segunda tentativa.
No avião estavam ainda o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, e o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Em Sinop, Bolsonaro participou de uma homenagem a ele feita por ruralistas da região. No discurso, o presidente voltou a minimizar a tragédia no Pantanal afirmando que há “alguns focos de incêndio pelo Brasil” e que isso acontece ao longo dos anos.
“E temos sofrido uma crítica muito grande. Porque obviamente quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que é o nosso agronegócio”, disse o presidente.
Antes de embarcar para o MT, Bolsonaro divulgou vídeo no Twitter sendo homenageado por ruralistas da região ligados à família Bedin, uma das maiores produtoras de soja da região. “O campo não parou, continuou a alimentar mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo. Agro, a locomotiva da nossa Economia”, disse.
Pantanal em chamas
O Pantanal enfrenta uma onda recorde de incêndios e a fumaça das queimadas já chegou a outras regiões, como o Sul e Sudeste, provocando chuva de coloração escura no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Nesta quinta-feira o Pantanal atingiu a marca de 15.756 focos de incêndio somente este ano, o maior número de queimadas desde 1998, quando os números começaram a ser registrados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Comparado com 2005, o pior ano da série histórica até então para o período, o número de focos acumulados em 2020 é 56% maior.
No acumulado de janeiro e 16 de setembro, os focos de incêndio aumentaram 208% ante igual período do ano passado, segundo o Inpe. O fogo já destruiu mais de 2 milhões de hectares do bioma.