Mulher espancada no Rio diz que ter arma em casa não ajudaria

Novo depoimento de Elaine Caparróz só vem a provar que o vereador Carlos Bolsonaro estava errado

O caso de Elaine Caparróz, mulher espancada no Rio de Janeiro durante seu primeiro encontro com um homem em meados de fevereiro, sensibilizou muitas mulheres pelo Brasil, e ainda gerou uma reflexão sobre a defesa pessoal: afinal, liberar o porte de armas poderia ter evitado a agressão contra a vítima?

Carlos Bolsonaro defendeu arma para Elaine Caparróz
Créditos: reprodução
Carlos Bolsonaro defendeu arma para Elaine Caparróz

Em entrevista ao site Universa, do UOL, Elaine garante que, no caso dela, não. “Quando vi que estava sendo esmurrada, já estava encurralada, no chão, deitada no canto do quarto, o joelho dele em cima de mim, e ele me dando socos. Não tinha sequer condições de pegar uma arma ou o que fosse. E poderia ter sido perigoso. Se ele tivesse achado uma arma, quem pode garantir que ele não usaria essa arma contra mim?”, comentou

Na época, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), chegou a fazer uma publicação em suas redes sociais defendendo o porte de armas para Eliane. “Se esta senhora tivesse como se defender, e fosse de sua vontade, uma arma de fogo legal resolveria justamente este absurdo. Imagine as sequelas eternas deixadas por esse covarde? A defesa pessoal dentro de sua casa têm (sic) que ser prioridade urgente do Congresso Nacional”.

O depoimento de Eliane só vem a provar que Carlos estava errado.

Carlos Bolsonaro defendeu arma para Eliane Caparróz
Créditos: reprodução/Twitter
Carlos Bolsonaro defendeu arma para Eliane Caparróz

Ainda na mesma entrevista, Eliane afirmou que respeita a opinião de cada mulher em ter ou não uma arma, mas diz que não gostaria de ter uma em sua casa e prefere aulas de defesa pessoal. “Se a mulher se sentir segura com isso, respeito a opinião dela. Eu, particularmente, não tenho desejo de ter arma em casa porque nem sei mexer com isso. Defendo um curso de defesa pessoal, porque teria evitado muitas coisas. Por exemplo. Coloquei os braços na frente do meu rosto, e quando ele veio me morder, enfiei os dedos na boca dele. Levei uma dentada que quase me arrancou três dedos. E quando ele veio para dar um mata-leão, segurei seu cabelo e impedi que ele encaixasse o golpe. A defesa pessoal é muito importante”, afirmou.

Leia a entrevista completa no site do Universa.