Na Turquia, polícia usa violência para impedir Parada LGBT

Com informações da Agência RFI

25/06/2017 18:09

Na tarde deste domingo, 25, em Istambul, na Turquia, a polícia atirou balas de borracha para impedir a realização da Parada do Orgulho LGBT, proibida pelas autoridades locais que alegavam questões de segurança.

Na ocasião, agentes atacaram cerca de 40 manifestantes nas imediações da Praça Taksim, em Istambul. Pequenos grupos de participantes se reuniram na praça, embora o número de policiais fosse maior que o de ativistas, de acordo com testemunhas. Segundo informações locais, quatro pessoas foram detidas.

Desde 2014, Parada do Orgulho LGBT de Istambul, a maior do Oriente Médio, sofre repressão das autoridades e grupos conservadores
Desde 2014, Parada do Orgulho LGBT de Istambul, a maior do Oriente Médio, sofre repressão das autoridades e grupos conservadores - Getty Images

Censurados pelo terceiro ano consecutivo, os organizadores repudiaram a proibição.  “Não estamos assustados, estamos aqui, não mudaremos”, afirmou em um comunicado o comitê que organiza a marcha. “Vocês estão assustados, vocês mudarão e se acostumarão a isso (…) Estamos aqui mais uma vez para mostrar que lutaremos de maneira determinada por nosso orgulho” – Em 2014, última edição do evento, a parada de Istambul se tornou o maior evento LGBTI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais) do Oriente Médio.

Proibições

A marcha não ocorre em Istambul desde 2015 quando as autoridades a proibiram, alegando coincidir com o mês do Ramadã. No ano seguinte, 2016, a manifestação foi proibida por questões de segurança, pois ocorreria logo após  atentados relacionados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) e aos separatistas curdos.

Nos últimos dois anos, a polícia utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes que não aceitaram a censura.

LGBT’s acusam Erdogan de “islamizar” a Turquia

Além da proibição anunciada pela prefeitura de Istambul, vários grupos conservadores e de extrema-direita ameaçaram os organizadores do evento. Opositores do presidente Recep Tayyip Erdogan o acusam liderar um processo de islamização da Turquia desde que chegou ao poder em 2003. Os comentários conservadores sobre sexo e família revoltaram os ativistas, nos últimos anos.